Halloween na infância: aprendizados, emoções e brincadeiras para celebrar a data
Como o Halloween pode ajudar crianças a desenvolver imaginação, lidar com medos e fortalecer a convivência social
O Halloween, celebrado em 31 de outubro, deixou de ser uma tradição exclusiva da cultura norte-americana para se tornar uma data presente no cotidiano de escolas brasileiras, especialmente as bilíngues, e nas comemorações familiares.
Segundo Eloísa Monteiro, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, a celebração oferece um terreno fértil para o desenvolvimento de habilidades importantes nas crianças. A adoção de datas comemorativas internacionais como o Halloween vai além do aprendizado de uma segunda língua, servindo como ponte para o aprofundamento cultural e o desenvolvimento pedagógico e social dos alunos.
O Halloween não se resume a fantasias e troca de doces. Pedagogicamente, a data permite abordar temas como diversidade cultural e respeito às diferenças. Ao conhecer a origem da comemoração, que remonta ao povo celta, e as tradições americanas, as crianças ampliam sua visão de mundo e compreendem que existem diversas formas de celebrar e se expressar.
Além do aspecto cultural, o Halloween traz ganhos emocionais e sociais. Atividades lúdicas, como contação de histórias com temática leve e o uso de fantasias, são ferramentas para que as crianças lidem de forma segura e divertida com sentimentos como medo e ansiedade diante do desconhecido. Ao se fantasiarem de monstros, bruxas ou heróis, elas exploram diferentes papéis, desenvolvem a imaginação, o protagonismo e a expressão corporal. A brincadeira “Trick or Treat” (Doces ou Travessuras), mesmo adaptada, ensina sobre convivência, colaboração e a importância do pertencimento ao grupo.
Para celebrar a data em família, Eloísa Monteiro sugere brincadeiras simples que reforçam o vínculo entre pais e filhos e estimulam habilidades diversas:
– Acerte a verruga da bruxa: com os olhos vendados, a criança deve colar uma bolinha no nariz da bruxa desenhada, exercitando noção espacial e coordenação motora.
– Boca do monstro: arremessar bolinhas dentro da boca recortada de um monstro desenhado em caixa de papelão, trabalhando concentração e raciocínio espacial.
– Boliche fantasma: derrubar copos decorados como fantasmas com uma bola, estimulando pontaria e concentração.
– Caça ao tesouro de doces: seguir pistas para encontrar guloseimas escondidas, desenvolvendo raciocínio lógico e exploração do ambiente.
– Caixa sensorial do medo: tatear objetos com texturas inusitadas e imaginar o que seriam, estimulando percepção tátil, imaginação e superação de receios.
– Contação de histórias de terror: criar narrativas coletivas em ambiente misterioso, promovendo criatividade, linguagem oral e escuta.
– Corrida da múmia: envolver um parceiro com papel higiênico para “mumificá-lo”, incentivando coordenação motora e cooperação.
– Pega maçã: tradicional brincadeira que exige destreza e percepção sensorial.
– Sessão de cinema: assistir filmes leves de Halloween adequados à idade, promovendo união familiar e exploração cultural e linguística.
Para Eloísa, a educação vai muito além do ensino formal — é um espaço de encontros, descobertas e construção de vínculos. O Halloween, quando bem aproveitado, é uma oportunidade rica para proporcionar às crianças experiências significativas que contribuem para seu desenvolvimento integral.
Por Eloísa Monteiro
pedagoga bilíngue, especializada em infâncias, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick
Artigo de opinião



