Comitês de Práticas Integrativas aprovam Grupo de Trabalho nacional para fortalecer políticas públicas

O 2º Encontro de Comitês de Práticas Integrativas e Complementares de Conselhos Profissionais, realizado em 15 de outubro no Rio de Janeiro, marcou um importante avanço para o campo das práticas integrativas no Brasil. Durante o evento, o Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) apresentou uma proposta para a criação de um Grupo de Trabalho (GT) nacional, que foi acolhida por unanimidade pelas lideranças presentes. A iniciativa visa reunir representantes dos conselhos profissionais e das 29 práticas oficialmente reconhecidas pelo Ministério da Saúde, buscando qualificar os critérios de formação, ampliar a segurança institucional e evitar retrocessos nas políticas públicas de saúde.

A proposta foi apresentada por Roseny Flávia Martins, diretora Científica do CECS, que ressaltou a necessidade urgente de um canal técnico e permanente de escuta entre os conselhos e as práticas integrativas. Segundo ela, “não é possível aplicar critérios uniformes” para a formação, pois “a carga horária necessária para a formação em apiterapia não é a mesma que se exige para Constelação Familiar Sistêmica”. A diversidade epistemológica do campo exige modelagens formativas diferenciadas e diálogo aberto entre as partes.

O encontro, que ocorreu durante o 3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (WCTCIM), reuniu representantes dos conselhos de biomedicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, farmácia, psicologia, medicina e odontologia. Entre os temas debatidos estão a carga horária mínima para formação, conteúdos programáticos essenciais e critérios para validação institucional das práticas integrativas.

Além da criação do GT, foi aprovada a realização de uma oficina nacional para discutir como os conselhos têm atualizado seus vínculos com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a incorporação dessas práticas nos currículos dos cursos de saúde. A formação desse grupo pretende criar um espaço contínuo de escuta e cooperação, fundamental para a consolidação das práticas integrativas como política pública efetiva e estável.

Durante o evento, o vice-presidente do CECS, Ricardo Mendes, defendeu o diálogo interprofissional e criticou posturas excludentes. “A disputa que a gente sente, às vezes, no posicionamento de conselhos ou de alguns institutos, ou a ideia de que o mundo pode ser reduzido a um espaço tão pequeno, não se sustenta mais. Estamos em um tempo de construir pontes e estabelecer parcerias sérias”, afirmou. Ele destacou que as práticas integrativas não buscam substituir outras disciplinas, mas ampliar as possibilidades de cuidado por meio da escuta e da abordagem integrada do ser humano.

Por outro lado, a representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) manteve critérios restritivos para a atuação dos psicólogos com práticas integrativas, condicionando a utilização dessas técnicas a avaliações técnicas e normativas específicas. Essa postura tem gerado críticas, especialmente pela ausência de escuta qualificada para profissionais com longa trajetória nas Constelações Sistêmicas, conforme apontado por Yolanda Freire, diretora do CECS.

O CECS participou do encontro com seis diretores, reforçando seu compromisso com a qualificação, ética e integração das Constelações Sistêmicas no campo das práticas integrativas. A construção coletiva, com diálogo aberto e respeito à diversidade, é apontada como o caminho para fortalecer as políticas públicas e garantir o reconhecimento técnico e normativo das práticas integrativas no Brasil.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA