Uso de psicofármacos entre profissionais mais que dobrou em 2025, alerta pesquisa

Estresse e ansiedade no trabalho aumentam consumo de medicamentos, mas empresas ainda não estão preparadas para o desafio

Dados recentes da 7ª edição da Pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life em parceria com a Robert Half, revelam um aumento alarmante no uso de psicofármacos entre profissionais brasileiros em 2025. Segundo o estudo, o consumo desses medicamentos para lidar com estresse, ansiedade e burnout mais que dobrou em apenas um ano. Entre líderes, o índice saltou de 18% em 2024 para 52% em 2025, enquanto entre os colaboradores o aumento foi de 21% para 59%.

Apesar desse crescimento expressivo, o ambiente corporativo ainda enfrenta grandes desafios para acolher e apoiar quem enfrenta problemas de saúde mental. A pesquisa mostra que 73% dos gestores e 33% dos colaboradores nunca revelaram às suas lideranças o uso de medicação, motivados pelo medo do julgamento ou pela falta de apoio. Quando o assunto é abordado, as reações nem sempre são positivas: 5% dos líderes e 17% dos liderados relatam indiferença ou desconforto por parte dos gestores, e uma parcela ainda menor sofreu respostas negativas ou punitivas.

Diana Gabanyi, CEO da The School of Life, destaca que “quanto mais alto o cargo, menor o espaço para assumir vulnerabilidades”, o que contribui para o isolamento emocional e dificulta conversas abertas sobre saúde mental. Ela ressalta que esse silêncio pode expor as empresas a riscos éticos, legais e psicossociais, especialmente em um momento em que a atualização da NR-1 exige ações concretas para o bem-estar dos trabalhadores.

No entanto, a adequação à NR-1 ainda é lenta: apenas 33% dos gestores e 22% dos colaboradores afirmam que suas empresas possuem estratégias práticas para prevenir riscos psicossociais. O restante dos entrevistados não percebeu a aplicação dessas medidas ou desconhece sua existência. Maria Sartori, diretora da Robert Half, alerta que essa falta de preparo não só representa risco de multas, mas também compromete a responsabilidade social e a sustentabilidade dos negócios.

Outros dados importantes da pesquisa indicam que 27% dos líderes e 26% dos liderados receberam diagnóstico de estresse, ansiedade ou burnout no último ano. Além disso, o uso constante de redes sociais é apontado por 40% dos gestores e 33% dos colaboradores como um fator prejudicial à saúde mental. Por outro lado, a grande maioria dos profissionais reconhece que o bem-estar mental impacta diretamente no desempenho no trabalho.

Para o psicólogo Saulo Velasco, “os remédios podem ser aliados, mas não podem ser a única resposta”. O aumento do uso de medicamentos evidencia a necessidade urgente de as empresas revisarem suas culturas organizacionais, modelos de gestão e relações humanas, pois é o ambiente de trabalho que pode tanto adoecer quanto fortalecer seus profissionais.

Em resumo, a pesquisa reforça que a saúde mental deixou de ser um tema periférico e passou a ser central para o sucesso e sustentabilidade das organizações. Criar ambientes positivos, que escutem e valorizem as pessoas, tornou-se essencial não apenas para o engajamento e produtividade, mas também para atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa da The School of Life e Robert Half.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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