Programa de Saúde Corporativa: Um Olhar Integral para Todas as Fases da Vida da Mulher
Como as empresas podem ir além do Outubro Rosa e promover um cuidado inclusivo e contínuo para a saúde feminina no ambiente de trabalho
Mais do que promover ações durante o Outubro Rosa, empresas precisam olhar para toda a jornada de saúde feminina e garantir cuidado integral e inclusivo.
O Outubro Rosa é um marco importante na conscientização sobre o câncer de mama — tipo mais comum entre as brasileiras, com estimativa de 73,6 mil novos casos anuais até 2025, segundo o INCA. Mas, embora campanhas de prevenção sejam essenciais, o cuidado com a saúde feminina vai muito além da mamografia.
“É preciso olhar para toda a jornada de saúde da mulher. Desde a primeira menstruação até a menopausa, cada fase traz necessidades específicas e as empresas têm papel essencial em oferecer suporte adequado em todas elas”, afirma Milene Marmol, cofundadora e diretora de Saúde da HealthBit. Segundo ela, programas de bem-estar corporativo ainda têm muita oportunidade de se aprofundar e serem mais personalizados para considerarem as particularidades femininas.
Por que ampliar o olhar?
As mulheres representam 51% da população brasileira e são maioria na força de trabalho da saúde pública, por exemplo. Ainda assim, temas como menstruação, menopausa e maternidade seguem sendo tabu em muitas empresas. Essa falta de diálogo gera impactos diretos: absenteísmo, queda de produtividade e até desistência da carreira.
Além de promover saúde, incluir o cuidado integral feminino melhora engajamento, retenção e lealdade. “Quando a colaboradora sente que a empresa a apoia em momentos importantes da vida, ela se sente valorizada e isso se reflete no bem-estar e na produtividade”, reforça Marmol.
E para que o programa de saúde da sua empresa seja, de fato, inclusivo, é importante considerar diferentes fases e necessidades. Milene aponta os principais:
– Prevenção contínua – campanhas e exames regulares para câncer de mama e colo do útero, indo além do Outubro Rosa.
– Saúde menstrual e planejamento reprodutivo – informação sobre contracepção, consultas ginecológicas e apoio diante de dores ou desconfortos.
– Gestação e pós-parto – programas de acompanhamento com especialistas, acolhimento no retorno da licença e suporte à rede de apoio.
– Fertilidade – orientação e flexibilização de rotina para colaboradoras em tratamento ou tentando engravidar.
– Menopausa – acolhimento, informação e ajustes simples no ambiente de trabalho para aliviar sintomas e promover conforto.
– Saúde mental – canais de apoio psicológico e rodas de conversa sobre temas como ansiedade, burnout e depressão pós-parto.
Cuidado que gera engajamento
Na HealthBit, o Programa de Gestantes e Famílias é um exemplo de acolhimento com resultados reais: mais de 46 mil interações em 2025 e NPS de 98. O sucesso, explica Marmol, está na abordagem humanizada. “O acompanhamento é feito por enfermeiras especialistas, com informações baseadas em evidências científicas — o que fortalece a confiança e o vínculo com as participantes.”
Essas iniciativas refletem diretamente no ambiente de trabalho: reduzem turnover, fortalecem a cultura de apoio e criam embaixadoras da marca. Para Milene, o recado é claro: “Cuidado integral gera engajamento integral.”
Mais do que uma campanha de um mês, o Outubro Rosa deve inspirar uma mudança de mentalidade permanente. Empresas que ampliam o olhar para a saúde integral da mulher praticam inclusão de verdade — e colhem os frutos em bem-estar, produtividade e cultura organizacional.
Por Milene Marmol
cofundadora e diretora de Saúde da HealthBit
Artigo de opinião



