Produção Nacional e Preço Justo: Caminhos para Democratizar o Acesso a Medicamentos no Brasil

Investir em inovação e indústria local é essencial para reduzir custos, garantir qualidade e ampliar o acesso da população a tratamentos modernos.

O acesso a medicamentos modernos ainda é um desafio para milhões de brasileiros. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o preço elevado e a dependência de importações continuam entre as principais barreiras para a democratização da saúde. A falta de escala na produção nacional e o alto custo de matérias-primas importadas tornam o medicamento final até 70% mais caro do que os similares fabricados localmente.

Dados do IBGE (POF 2018) mostram que as famílias mais pobres chegam a comprometer até 8,5% da renda mensal com medicamentos, proporção quase cinco vezes maior do que a das famílias de maior renda. Além disso, segundo levantamento do IPEA (2024), os gastos públicos com compra de medicamentos ultrapassam R$ 25 bilhões ao ano, e a substituição por produtos de origem nacional poderia reduzir esses custos em até 30%, representando bilhões de reais economizados aos cofres públicos.

A democratização do acesso à saúde significa investir em produção nacional, fortalecer a cadeia farmacêutica e garantir que inovação e preço justo caminhem juntos. O fortalecimento da indústria local é o caminho mais sustentável para ampliar o acesso. Medicamentos com tecnologia nacional representam autonomia, sustentabilidade e acesso. Quando o país domina a produção, reduz a dependência externa, garante preços mais competitivos e segurança regulatória.

O desenvolvimento de um parque industrial moderno, aliado a parcerias com universidades e centros de pesquisa, permite o desenvolvimento de formulações seguras e eficazes, produzidas integralmente em território nacional. A ampliação da linha de genéricos e similares reforça o compromisso com qualidade e preço justo, possibilitando redução de até 40% no custo para o consumidor final em medicamentos essenciais.

Todos os medicamentos nacionais seguem rigorosamente os padrões da Anvisa e da Organização Mundial da Saúde (OMS), com certificações de Boas Práticas de Fabricação e processos auditados continuamente. Os produtos passam por testes de bioequivalência, estabilidade e validação laboratorial, assegurando eficácia idêntica à dos medicamentos de referência, mas com custo menor e produção 100% nacional. Preço justo não vem da redução de qualidade, e sim de eficiência e tecnologia.

O fortalecimento da cadeia farmacêutica nacional tem efeitos diretos sobre o emprego e a renda, com estimativa de crescimento na geração de empregos diretos e indiretos, especialmente em regiões como o interior paulista e o Vale do Paraíba. Além disso, o aumento da oferta de medicamentos nacionais de qualidade contribui para reduzir o gasto das famílias com saúde e melhorar o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso da população a tratamentos contínuos e preventivos.

A produção nacional também traz benefícios estratégicos, como maior previsibilidade no fornecimento, redução de custos de importação e estímulo à pesquisa e inovação no país. O futuro da saúde no Brasil será nacional, tecnológico e humanizado. O país tem potencial para ser referência em produção farmacêutica e modelos de distribuição integrados, unindo indústria, pesquisa e rede de farmácias. O caminho é de integração: produzir, distribuir e atender com empatia e eficiência.

Com mais de 300 lojas espalhadas pelo país, a transformação da tecnologia em benefício real para milhões de brasileiros depende da união entre inovação, produção local e compromisso com o preço justo, pilares fundamentais para a democratização do acesso à saúde no Brasil.

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Por Claudia Conde

fundadora e presidente do Grupo Farma Conde

Artigo de opinião

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