O Retorno do Investimento na Saúde Ocupacional: Como o Bem-Estar dos Colaboradores Impulsiona Resultados
Investir em saúde e segurança no trabalho é mais do que uma obrigação legal; é uma estratégia essencial para reduzir afastamentos, aumentar a produtividade e garantir a sustentabilidade dos negócios.
A saúde dos trabalhadores brasileiros voltou ao centro da agenda corporativa. Segundo levantamento do Conselho Federal de Farmácia (CFF), com base em dados do Painel de Informações da Previdência Social (Dataprev), o país registrou 472 mil afastamentos em 2024 relacionados a transtornos mentais e comportamentais, o maior número da última década. O crescimento de 68% em relação ao ano anterior acende o alerta sobre a necessidade de gestão integrada da saúde e prevenção dentro das empresas.
Os impactos também se refletem na segurança física. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil registrou 724.228 acidentes de trabalho em 2024, dos quais 61% resultaram em afastamentos de até 15 dias.
Para Rodrigo Araújo, fundador da Global Work, o cuidado com a saúde ocupacional e mental deixou de ser uma pauta exclusiva do RH e passou a ser um tema estratégico de negócio. “Segurança e saúde ocupacional não são custos, são investimentos. Quando o colaborador está bem, o absenteísmo cai, o engajamento aumenta e o retorno é real”.
Na avaliação de Rodrigo Araújo, é possível transformar a saúde ocupacional em resultado com cinco passos:
1. Mapeie os principais indicadores de absenteísmo e afastamento. A análise deve cruzar frequência, tempo de ausência e causas médicas. Essa leitura permite identificar áreas críticas e prevenir custos.
2. Inclua a saúde corporativa no orçamento anual. Programas de prevenção e acompanhamento médico-psicológico reduzem despesas futuras com afastamentos e rotatividade.
3. Invista em diagnóstico organizacional. Dados de saúde, ergonomia e clima interno ajudam a definir prioridades reais e direcionar recursos com eficiência.
4. Integre segurança, saúde e gestão de pessoas. Departamentos isolados perdem visão sistêmica. A integração favorece decisões estratégicas e melhora o ROI.
5. Avalie resultados periodicamente. O acompanhamento trimestral dos indicadores de saúde e produtividade garante ajustes contínuos e comprova retorno financeiro.
“O que muitas empresas ainda não percebem é que a gestão da saúde também é uma forma de proteger a operação, garantir previsibilidade financeira e fortalecer a cultura organizacional. O impacto é direto no desempenho e na sustentabilidade do negócio”, reforça o especialista.
Para ele, o período pós-férias é o mais indicado para que as empresas revisem seus programas internos. “Esse é o momento ideal para redefinir prioridades e preparar o planejamento anual. Cuidar de quem produz é o caminho mais direto para garantir produtividade e lucro sustentável”, conclui.
Por Rodrigo Araújo
Técnico em Segurança do Trabalho, engenheiro ambiental, cursando Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie; mais de 20 anos de experiência; fundador e CEO da Global Work; atuou como gestor de saúde ocupacional e segurança em empresas como Lacta, Roche Farmacêutica e Ipiranga Química
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