Como recém-formados em enfermagem podem se destacar além do diploma
Competências como liderança, atualização constante e ética são essenciais para o sucesso na carreira de enfermagem
O mercado da saúde está cada vez mais competitivo, e para os enfermeiros recém-formados, apenas o diploma não é suficiente para garantir um lugar de destaque. A profissão exige mais do que conhecimento técnico, habilidades como liderança, comunicação eficaz e pensamento crítico são essenciais para um desempenho de excelência. O enfermeiro não apenas executa funções assistenciais, mas lidera equipes, organiza fluxos de trabalho e impacta diretamente a qualidade do atendimento.
Investir em capacitação contínua é um diferencial indispensável. Especializações em enfermagem intensiva, urgência e emergência, ou cuidados paliativos ampliam as possibilidades de atuação. Segundo uma pesquisa divulgada em setembro de 2024 pelo Instituto Semesp, aproximadamente 25% dos formados em Enfermagem no Brasil estão desempregados. Esse cenário demonstra a importância de buscar diferenciais para se destacar no mercado.
Outro fator decisivo é a construção de uma rede de contatos. Participar de eventos, congressos e grupos de discussão permite acesso a oportunidades de emprego e desenvolvimento profissional. Além disso, recomendações de professores, supervisores de estágio e colegas de trabalho podem ser um grande diferencial para conseguir a primeira contratação. Atuar como voluntário ou realizar estágios extracurriculares também são estratégias eficazes para adquirir experiência prática e enriquecer o currículo.
Entre os recém-formados em enfermagem, apenas 7% atuam em cargos de nível superior. Para os graduados em Direito, esse número é de 9%. De modo geral, a maioria dos graduados ocupa posições como assistente administrativo (37%), auxiliar de escritório (18%) e auxiliar de serviços jurídicos (15%), segundo pesquisa da Geofusion, que conseguiu acesso às bases que permitiram a combinação inédita de dados do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério do Trabalho (MTE).
A ética e a postura profissional também desempenham um papel fundamental. Demonstrações de comprometimento, pontualidade, proatividade e resiliência são aspectos avaliados por empregadores desde os primeiros empregos. Para liderar com autoridade e autonomia, o enfermeiro deve desenvolver competências com base na “CHAVE” da excelência: Conhecimento técnico e prático, Habilidades para execução eficiente das funções, Atitudes proativas e responsáveis, Valores éticos alinhados à filosofia institucional e Experiência adquirida no exercício profissional.
O Conselho Federal de Enfermagem e os Conselhos Regionais têm um papel crucial na regulamentação e fiscalização da profissão, garantindo que os serviços prestados à comunidade sejam seguros e de qualidade. Diante desse cenário, o enfermeiro que busca destaque precisa ir além da formação acadêmica. Atualização constante, habilidades interpessoais bem desenvolvidas e uma postura ética e profissional são os pilares para alcançar reconhecimento e sucesso na carreira.
Por Donato Medeiros
professor especialista em Enfermagem
Artigo de opinião