Exposição Hêmba revela a força e ancestralidade da fotografia indígena em São Paulo

Mostra gratuita de Edgar Kanaykô Xakriabá une arte, cultura e resistência no Solar Fábio Prado

São Paulo recebe a partir de 26 de outubro a primeira exposição individual do fotógrafo e antropólogo indígena Edgar Kanaykô Xakriabá. Intitulada Hêmba — palavra que significa “alma e espírito” na língua Akwẽ — a mostra gratuita ocupa três salas do Solar Fábio Prado, na Faria Lima, e fica aberta ao público até 15 de dezembro.

Com curadoria de Fabiana Bruno e Eder Chiodetto, a exposição reúne mais de uma década de produção visual do artista, marcada pela ancestralidade, resistência e uma força poética que atravessa o tempo e as fronteiras entre o humano e o não humano, o visível e o invisível, o político e o poético.

O percurso expositivo está dividido em três núcleos temáticos — Território, Cosmologia e Resistência — que, embora funcionem como eixos curatoriais, não isolam os temas. “O espaço foi concebido como um corpo interligado, um organismo vivo que reflete o pensamento indígena sobre a inseparabilidade dos mundos”, explica Fabiana Bruno.

Um dos trabalhos mais simbólicos da mostra é a fotografia do pajé Vicente Xakriabá em canto e dança. Segundo Edgar, “foi ele quem me conduziu com sua sabedoria a pensar os conceitos do Hêmba, da imagem, da alma. Essa fotografia é um instante de um gesto daqueles que fazem dançar as imagens dos mundos humanos e não humanos.”

Edgar Xakriabá aprendeu a fotografar em sua própria aldeia e desenvolveu um trabalho autoral que funde arte, ancestralidade e ciência, desafiando os limites da linguagem fotográfica ocidental. “A fotografia é um meio de luta para fazer ver, com outro olhar, aquilo que o povo indígena é”, afirma o artista.

As imagens da exposição, muitas delas presentes no fotolivro Hêmba, publicado em 2023 pela Fotô Editorial, trazem elementos do imaginário cósmico e territorial, como sementes, troncos, céu, lua, estrelas, fogo, água e animais. Fabiana Bruno destaca que “são imagens que subvertem a função estrita de um discurso. São sobreposição de memórias longínquas, alianças sagradas com terra, floresta, astros e corpos. É outra forma de existência.”

A mostra também propõe uma experiência sensorial, integrando o still, o movimento, a palavra, a imagem, os símbolos, a língua e os artefatos em uma constelação que os visitantes irão orbitar. “A circularidade será uma marca do projeto. Edgar sempre nos lembra que os ciclos vitais acontecem em elipses”, revela Eder Chiodetto.

Para Edgar, o território é o eixo central de sua obra: “A terra é mãe, e é da luta pela garantia do território que toda a cultura e cosmologia de um povo se sustenta. Sem território, os outros temas não podem coexistir.” Ao abrir espaço para um artista indígena falar de dentro de sua aldeia, Hêmba não só ocupa um território simbólico dentro da fotografia brasileira, mas o resignifica.

A exposição é realizada com recursos do ProAC Expresso Direto e reafirma a potência da arte indígena como linguagem viva, insurgente e ancestral. A entrada é gratuita, e o público pode visitar de terça a domingo, das 10h às 18h, no Solar Fábio Prado, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, São Paulo.

Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa. Não perca a oportunidade de vivenciar essa imersão na cultura indígena por meio da fotografia.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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