Aromaterapia no Outubro Rosa: Um Cuidado Sensorial Essencial para a Saúde da Mulher

Como os óleos essenciais podem oferecer acolhimento emocional e suporte complementar durante o enfrentamento do câncer de mama e outras fases da vida feminina

Uma análise recente avaliou o uso de aromaterapia para melhorar a qualidade do sono em mulheres na menopausa, encontrando efeitos significativos em dois parâmetros como latência do sono (quanto tempo demora para dormir) e sonolência diurna. Esse tipo de estudo reforça o potencial dos óleos essenciais como estratégia complementar na saúde feminina, especialmente em fases de transição hormonal.

Dra. Talita Pavarini, doutora em Enfermagem pela USP e especialista em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, coordena cursos reconhecidos em aromaterapia aplicada e orienta profissionais do setor de saúde a utilizar protocolos seguros e cientificamente embasados. Sua atuação une conhecimento técnico e sensibilidade ao cuidado, especialmente em ambientes onde a saúde da mulher é foco central.

No contexto do Outubro Rosa, que mobiliza atenção para o câncer de mama e a saúde feminina de maneira ampla, a aromaterapia pode entrar como aliada no acolhimento emocional e no suporte de qualidade de vida. Mais do que um simples aroma agradável, óleos como lavanda (Lavandula angustifolia), camomila romana e rosa damascena são usados para modular o estresse, promover relaxamento e reforçar a sensação de bem-estar em mulheres que vivem jornadas intensas de diagnóstico, tratamento e medos.

Talita ressalta que “quando uma mulher se depara com exames alterados, diagnósticos ou tratamentos, o emocional é profundamente impactado. Um ambiente acolhedor que proporcione o uso de aromas e estratégias sensoriais bem dosadas oferece conforto e refúgio em meio à incerteza.” Ela reforça que essa ação, se bem aplicada, pode favorecer uma escuta mais ativa, diminuir a tensão no corpo e oferecer suporte complementar ao cuidado clínico.

Além dos aspectos emocionais, a aromaterapia pode atuar diretamente em diversos sintomas que muitas mulheres enfrentam: os desequilíbrios hormonais naturais, a oscilação do humor, a sensação de fadiga ou mesmo as dores e tensões musculares comumente relatadas. A literatura especializada aponta que o uso consciente dos óleos essenciais, por inalação, massagem suave ou difusão ambiental, pode oferecer efeitos anti-inflamatórios leves, ansiolíticos e moduladores do sistema nervoso autônomo.

Entretanto, a prática exige cautela. Talita alerta que “a aromaterapia não substitui exames, terapêuticas tradicionais ou orientações clínicas, mas pode agregar qualidade de vida e acolhimento. É essencial escolher óleos essenciais de qualidade, seguir diluições seguras e respeitar contraindicações específicas.” Ela enfatiza que mulheres em tratamento oncológico ou com histórico sensível demandam atenção redobrada, e sempre deve haver diálogo com a equipe de profissionais da saúde que a acompanham.

Em ambientes de atendimento oncológico, clínicas de mastologia, centros de reabilitação ou até grupos de apoio, a aplicação da aromaterapia pode ser feita de forma controlada: inalação a seco com a possibilidade de escolha de 2 a 3 óleos essenciais calmantes, difusores ultrassônicos e sem filtro com timer e sprays de ambiente são opções seguras que colaboram com o conforto da paciente. Essa abordagem humanizada reforça o valor da escuta e da dignidade do cuidado.

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Por Talita Pavarini

Doutora em Enfermagem pela USP; especialista em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde; fundadora e CEO do Instituto Pavarini; coordenadora do curso de Aromaterapia para Enfermeiros; membro da Comissão de Práticas Integrativas do COFEN; coordenadora do Grupo de Trabalho de Práticas Integrativas e Complementares do Coren-SP

Artigo de opinião

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