Ansiedade infantil dispara no Brasil: entenda causas e prevenção

O Brasil lidera o ranking mundial em casos de ansiedade, com quase 10% da população enfrentando sintomas como nervosismo, medo e preocupações descontroladas. E o que muitos não sabem é que a ansiedade não é exclusividade dos adultos: crianças também estão cada vez mais vulneráveis a esse transtorno.

Dados recentes do Ministério da Saúde revelam um aumento alarmante nos atendimentos por transtornos de ansiedade no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre crianças de 10 a 14 anos, os casos cresceram 1.575% na última década. Já entre adolescentes de 15 a 19 anos, o salto foi ainda maior, ultrapassando 3.300%, com 53.514 registros em 2024, contra 1.534 em 2014.

A psicóloga Alexia Soares Montingelli Lopes, professora do curso de Psicologia do UniCuritiba, explica que esse crescimento está ligado às transformações no modo como as crianças interagem com o mundo, especialmente com a influência das redes sociais e plataformas digitais. “O transtorno de ansiedade em crianças tem causas multifatoriais, mas hoje observamos que ele é agravado principalmente pela exposição constante a conteúdos muito rápidos, com respostas imediatas e recompensas fáceis. Esse tipo de estímulo contribui para a redução da tolerância à espera e da capacidade de lidar com frustrações”, destaca.

Além disso, o excesso de estímulos digitais afeta as habilidades cognitivas e socioemocionais, mantendo as crianças em estado constante de alerta e tornando-as mais sensíveis à frustração. Isso dificulta a concentração, o brincar livre e o enfrentamento do tédio, elementos essenciais para o desenvolvimento psicológico saudável.

Do ponto de vista biológico, a saúde emocional infantil depende do equilíbrio entre dois compostos: o cortisol, conhecido como hormônio do estresse, e a dopamina, neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação. A biomédica Yasmin Carla Figueiredo, coordenadora do curso de Biomedicina do UniCuritiba, explica que o excesso de cortisol pode causar distúrbios do sono, lapsos de memória e dificuldades de aprendizado, enquanto o desequilíbrio da dopamina pode levar à apatia, desmotivação ou impulsividade.

Esse equilíbrio, chamado de “equilíbrio cortisol-dopamina”, é fundamental para que a criança seja resiliente, curiosa e emocionalmente estável. Quando o cortisol está elevado e a dopamina baixa, aumenta o risco de ansiedade, tristeza, baixo rendimento escolar e isolamento social.

A biomedicina preventiva surge como aliada importante nesse cenário. “Já é possível monitorar biomarcadores de cortisol e dopamina em exames simples de sangue, permitindo detectar precocemente desequilíbrios hormonais e adotar medidas antes que se tornem doenças mentais crônicas”, afirma Yasmin.

Além do acompanhamento clínico, estratégias como manter rotinas regulares de sono, limitar o tempo de telas, incentivar a prática de esportes, garantir uma alimentação balanceada e promover brincadeiras ao ar livre e interações sociais reais são essenciais para a prevenção.

A psicóloga Alexia reforça que o Dia das Crianças é uma oportunidade para repensar a rotina familiar. “Mais do que presentes, as crianças precisam de presença. Momentos de afeto, convivência e brincadeiras sem pressa ajudam a reduzir o ritmo acelerado da rotina e fortalecem o vínculo emocional com os cuidadores.”

Ela ressalta que o valor do presente está no gesto de partilha e no carinho que o acompanha, tornando-o mais significativo e benéfico para o bem-estar emocional infantil. A biomédica Yasmin complementa: “Cuidar da saúde emocional das crianças é investir no futuro. O cérebro delas está em formação e é agora que precisamos protegê-lo.”

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do UniCuritiba, instituição referência em ensino superior e pesquisa no Paraná.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA