A Nova Potência da Mulher 50+: Redefinindo a Menopausa e o Envelhecimento
Como a geração prateada está transformando saúde, mercado e representatividade na maturidade
No próximo 18 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Menopausa. A data busca chamar a atenção para a importância do cuidado com a saúde da mulher na maturidade. Mais do que uma fase a ser vivida de forma solitária, a menopausa tem se tornado um tema de saúde pública, de inovação no mercado e de representatividade. Esse novo olhar mais aberto e informado tem sido puxado pela atual geração de mulheres 50+, que não aceitam mais o silêncio como resposta. Elas exigem informação de qualidade, atendimento adequado, produtos voltados às suas necessidades reais e, acima de tudo, respeito à sua experiência de vida.
As mulheres maduras estão ressignificando o que é envelhecer e, ao fazer isso, impactam famílias, empresas, políticas públicas e até o comportamento do consumo global. De acordo com dados da consultoria Grand View Research, o mercado latino-americano de produtos e serviços para menopausa deve movimentar cerca de US$1,1 bilhão até 2030, com um avanço médio anual de 6,9%. O Brasil aparece como líder regional, com projeções de receita acima de US$527 milhões até o final da década e taxa de crescimento estimada em 5,8% ao ano, estando atrás apenas dos Estados Unidos no cenário do continente americano. Mais do que um nicho, as empresas de beleza, tecnologia e bem-estar já reconhecem essa mulher como um público estratégico não apenas por seu poder de consumo, mas por sua influência social e capacidade de moldar tendências.
Historicamente, a mulher longeva era empurrada para a margem do mercado de trabalho, da mídia, do desejo, do protagonismo e era algo recheado de estigmas e exclusões. Com o número crescente de mulheres buscando informações cada vez mais sólidas sobre a menopausa e com a ciência comprovando o impacto do estilo de vida na longevidade saudável feminina, assuntos como alimentação correta, prática de exercícios físicos, sono regrado e cuidados com a saúde mental entraram de vez no rol de tratamentos contínuos para esse público.
Essas mulheres estão protagonizando uma nova fase da vida, um novo papel que desafia antigos modelos de juventude como única referência de valor e amplia o debate sobre sustentabilidade humana, afinal, viver mais e melhor é, também, um desafio para as cidades, os sistemas de saúde e as relações intergeracionais. A nova mulher 50+ não pede permissão, não aceita rótulos ultrapassados e não se limita ao que esperam dela. Em vez disso, ela propõe novos caminhos, inspira outras gerações e mostra que envelhecer pode ser, sim, sinônimo de potência.
Por Débora Farias
Artigo de opinião