Ultraprocessados e seus impactos na saúde do brasileiro: por que reduzir o consumo é urgente

Entenda como os alimentos ultraprocessados contribuem para a obesidade e doenças crônicas, e saiba como fazer escolhas alimentares mais saudáveis

A obesidade entre os brasileiros mais que dobrou nos últimos anos. Atualmente, sete em cada dez pessoas estão acima do peso: 34,5% da população apresenta algum nível de obesidade e mais de 9 milhões têm sobrepeso. Os dados do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), do Ministério da Saúde, mostram uma condição de saúde pública preocupante.

A obesidade é uma doença multifatorial, mas a escolha dos alimentos é um dos fatores decisivos na hora de controlar a balança. Pensando no que vai à mesa, os alimentos ultraprocessados estão entre os principais vilões. Feitos com ingredientes artificiais, múltiplas etapas de processamento, pobres em fibras, vitaminas e minerais, esses itens estão presentes no dia a dia de milhões de brasileiros.

Os refrigerantes, salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e refeições congeladas são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados. Esses produtos se diferenciam dos alimentos in natura ou daqueles minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, carnes magras e ovos, que mantêm seus nutrientes essenciais.

O problema dos ultraprocessados não está apenas na pobreza de nutrientes e no excesso de corantes, conservantes e calorias. Esses produtos são formulados para serem altamente palatáveis, combinando açúcar, sal, gordura e aromatizantes artificiais. Isso ativa a dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer e de recompensa, tornando o consumo repetitivo e difícil de controlar.

Além de favorecer a obesidade, o consumo excessivo dos ultraprocessados está associado a doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão, problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O excesso de açúcar e gordura é capaz de desencadear inflamação crônica e resistência à insulina, fatores que contribuem diretamente para o ganho de peso.

Como fazer escolhas saudáveis
A recomendação é seguir a velha máxima de “desembalar menos e descascar mais”. Isso significa priorizar alimentos in natura, cozinhar mais em casa e ler atentamente os rótulos, evitando produtos com listas longas de aditivos químicos e açúcares adicionados.

Trocar lanches ultraprocessados por frutas, castanhas e iogurte natural ajuda a mudar hábitos e a reduzir o impacto dos produtos ultraprocessados na saúde. Para isso, é fundamental trabalhar na conscientização não apenas dos adultos, mas também das crianças, que são os grandes alvos da indústria alimentícia e podem desenvolver, desde cedo, hábitos de consumo prejudiciais à saúde.

O desafio do país
Com a obesidade crescendo de forma acelerada no Brasil, é necessária a adoção de medidas individuais e políticas públicas para frear essa tendência.

A estratégia passa pela alimentação equilibrada aliada à prática de atividades físicas e ao monitoramento preventivo da saúde. Essa é a maneira mais eficaz de melhorar a saúde, conter os índices de obesidade, diminuir os riscos de comorbidades e garantir mais qualidade de vida à população.

Para os pais, algumas dicas importantes: escolha opções saudáveis para servir às crianças, evite comprar alimentos ultraprocessados e, principalmente, não deixe esses produtos acessíveis às crianças.

Aproveitar a hora de cozinhar para ensinar bons hábitos alimentares aos filhos é uma excelente oportunidade. Convidar as crianças para preparar as refeições no fim de semana não só é educativo, como também fortalece os laços familiares e cria memórias afetivas.

Receita saudável para substituir ultraprocessados: Biscoito de cacau e avelã
Ingredientes:
– 1 banana nanica amassada
– ¼ xícara de semente de linhaça triturada
– 1 colher de sopa de sementes de chia
– 1 colher de sopa de avelãs picadas
– 1 colher de sopa de cacau em pó
– 1 colher de sobremesa de açúcar demerara triturado

Modo de preparo:
Após triturar a linhaça e o açúcar demerara, pique as avelãs. Misture todos os ingredientes até obter uma massa macia. Pré-aqueça o forno a 175 graus. Forre uma assadeira com papel manteiga ou spray antiaderente. Com uma colher, forme porções da massa e coloque na forma, deixando 1 cm de distância entre elas. Se desejar, use um garfo para dar formato aos biscoitos. Asse por 15 minutos ou até dourar.

Reduzir o consumo de ultraprocessados é fundamental para a saúde da população brasileira e para combater a epidemia de obesidade e suas consequências. Escolhas conscientes e educação alimentar são o caminho para uma vida mais saudável e equilibrada.

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Por Marcella Oliveira

Professora de Nutrição do UniCuritiba, nutricionista

Artigo de opinião

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