Refrigerante todo dia faz mal? Sim, mas nem tudo é o que parece

O que a pesquisa realmente diz

Um estudo britânico acompanhou mais de 120 mil pessoas durante dez anos e concluiu que quem bebia ao menos uma lata de refrigerante por dia tinha 50 % mais chance de desenvolver uma doença hepática chamada esteatose metabólica (ou “gordura no fígado”).

Mas antes de sair jogando a sua latinha fora, vale entender o que esse “50 %” significa: na prática, o risco passou de 0,9 % para cerca de 1,3 % ao longo de uma década. Ou seja, um aumento pequeno e relativo, que não transforma refrigerante em veneno.

Nem toda correlação é causa

Pesquisas assim são observacionais — analisam padrões, não provas diretas. Pessoas que consomem mais refrigerante geralmente também se exercitam menos, comem mais ultraprocessados e têm maior propensão genética a doenças metabólicas.
Ou seja: o refrigerante pode ser um marcador de estilo de vida, não o vilão isolado.

A corrida dos estudos e das manchetes

A verdade é que a ciência também vive de financiamento. Muitos estudos dependem de “achados chamativos” para conseguir novos apoios. Do outro lado, portais de notícia precisam de cliques. O resultado? Manchetes como “Uma lata por dia pode causar doença hepática” — quando, na prática, a história é bem mais complexa.

O que realmente importa para o seu corpo

Refrigerante não é alimento: é prazer rápido, açúcar (ou adoçante) e gás. Tomar esporadicamente não vai detonar o seu fígado — o problema está na repetição diária, que sobrecarrega o metabolismo e se soma a outros hábitos ruins.
Mas culpar uma lata isolada é simplificar demais. A saúde do fígado depende do equilíbrio geral: alimentação variada, sono, movimento e hidratação.

✨ O resumo honesto

• Beber refrigerante todos os dias não é boa ideia, mas não é sentença de doença.

• O estudo mostra associação, não causa.

• O que protege de verdade o fígado é rotina saudável, não paranoia.

• E lembre-se: água continua sendo o melhor “detox” que existe.

Afina Menina — porque informação boa é a que não apavora, mas faz pensar.