Como a infância molda seu estilo e a moda plus size ressignifica o corpo real
Comentários da infância influenciam autoestima e estilo; moda plus size oferece reparação emocional e autonomia
Mais de 54% das brasileiras adultas vestem acima do número 44, mas muitas cresceram ouvindo que precisavam “disfarçar o corpo”. Essas mensagens, muitas vezes ditas por familiares, colegas e até vendedoras, deixam marcas profundas que influenciam o estilo, a autoestima e o consumo ao longo da vida. Em pleno mês das crianças, é importante revisitar essas memórias e entender como a moda pode ser uma ferramenta poderosa para ressignificar o corpo real.
Frases como “Você vai usar isso com esse braço?” ou “Não pode chamar atenção” compõem um catálogo de lembranças que moldam a relação das mulheres plus size com o próprio corpo. “A infância é onde se formam os primeiros códigos sobre pertencimento e corpo. Quando uma menina escuta que o corpo dela precisa ser escondido, ela carrega isso como verdade por muito tempo”, explica Laura Zambotto, psicóloga especialista em autoestima e comportamento.
Apesar de mais da metade das mulheres brasileiras vestirem tamanhos maiores, o mercado de moda ainda não oferece variedade e qualidade equivalentes para esse público. Muitas mulheres relatam frustração ao comprar roupas, seja pela falta de opções estilosas ou pela sensação de que as peças disponíveis são “sobras”. No entanto, o cenário vem mudando, especialmente com o crescimento do varejo online.
Gabi Anjos, fundadora da Lotus Week, loja online especializada em curadoria plus size, destaca que suas clientes finalmente estão vestindo o que sempre desejaram. “A roupa certa devolve autonomia. Ela não muda quem você é. Mas te ajuda a se reconhecer.” A seleção de peças leva em conta caimento, tecido, mobilidade e o impacto emocional da roupa, valorizando as curvas e o conforto.
Histórias de transformação são comuns. Natália, de 42 anos, conta que nunca usou um vestido justo por influência da mãe e da chefe, mas hoje escolhe o que quer vestir e se sente bonita e poderosa. Cristina, de 36 anos, relata que usar uma blusa de alça foi um marco para deixar de esconder o corpo e se aceitar.
O setor de moda plus size movimenta cerca de R$ 9,6 bilhões por ano no Brasil, e as consumidoras buscam mais do que tamanho: querem modelagem com propósito, estilo com identidade e uma curadoria que permita experimentar o que antes era proibido. “Mais importante que vestir um número grande é vestir o desejo. E isso só acontece quando o varejo entende que autoestima é parte do produto”, afirma Gabi.
Para a psicóloga Laura Zambotto, vestir uma peça antes evitada é um ritual de reparação emocional. “Quando uma mulher coloca uma peça que, por anos, evitou por vergonha, ela está rompendo um contrato emocional com o passado. É como se dissesse: ‘agora quem escolhe sou eu’.” Essa escolha, acompanhada de uma experiência respeitosa e realista, abre espaço para cura e autoconhecimento.
No mês das crianças, fica o convite para pensar: e se hoje você vestisse aquilo que a sua versão de 10 anos sonhava usar, mas não pôde? Talvez não seja possível voltar no tempo, mas nunca é tarde para recomeçar — pelo guarda-roupa.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



