A arquitetura de interiores que celebra a paixão pelos livros

Como o design personalizado valoriza o acervo literário e transforma ambientes residenciais em espaços de personalidade e aconchego

O amor pelos livros permanece firme mesmo na era digital. Felizmente! Para quem valoriza o exemplar físico, ter um espaço pensado para abrigar e exibir o acervo é tão importante quanto a decoração ou o conforto da casa. Assim como algumas pessoas dedicam atenção especial à cozinha ou a coleções específicas, há quem veja nos livros uma extensão da personalidade, transformando estantes, prateleiras e nichos em verdadeiros protagonistas do lar.

Segundo a arquiteta Isabella Nalon, arrumá-los não diz respeito apenas ao espaço, é sobre compreender o perfil do morador e a relação afetiva que ele tem com cada obra. Ela explica que, ao planejar um projeto, é preciso considerar o volume atual do acervo, a possibilidade de expansão futura e a estrutura necessária para suportar o peso dos livros. “Cada ambiente da casa pode receber livros, da sala de estar ao home office, passando pelos quartos e até mesmo pequenos cantos”, pontua.

Entre as possibilidades para a distribuição dos livros, Isabella recomenda promover uma separação por cor da capa ou lombada do livro, bem como tamanho e tema, mas lembra que o mais importante é chegar a um visual que agrade e transmita bons sentimentos. “Antes de escolher o local onde os livros serão expostos, o morador precisa avaliar qual estilo decorativo quer seguir e onde serão colocados”, comenta. Em um projeto, por exemplo, os livros são distribuídos de acordo com suas coleções, tamanho e cores, como os pretos juntos e os demais coloridos em outra parte da estante.

A estante pode ser onipresente na sala de estar, integrando ambientes como TV, estar e escritório. Em um caso, um cliente com mais de 40 anos, advogado, desejava abrigar seu acervo de mais de 2 mil livros. A solução foi integrar o home office à sala, para que os livros fizessem parte da decoração de todos os ambientes, mantendo o contato constante com suas preciosidades. No home office, os exemplares sobre direito ficam juntos, seguidos por romances, biografias e livros de viagens, intercalados com objetos de decoração.

No quarto, sem sobrecarregar o visual, os livros podem ser dispostos em nichos, funcionando como itens decorativos. Para crianças e adolescentes, a presença dos livros é essencial para construir o hábito da leitura na vida adulta. Com esse pensamento, é possível valorizar as coleções dos jovens moradores por meio da marcenaria, espalhando os livros quase como uma brincadeira, permitindo que outros itens participem do décor.

Além de estantes, nichos e prateleiras, a arquiteta também insere o charme dos livros em outros ambientes da casa, de diversas maneiras. Uma opção criativa é o uso de carrinhos com níveis para acomodar livros, que podem estar presentes em qualquer ambiente, como na área gourmet, facilitando uma leitura não programada.

Por que utilizar livros na decoração? Além de expressarem o estilo e a personalidade do morador, os livros têm o poder de nos levar para outros lugares, informar e ainda compor a decoração de forma única. Por serem objetos fáceis de manusear, podem ter a disposição alterada sempre que necessário, facilitando a limpeza e o cuidado diário. “Os livros são elementos interativos. Gosto da ideia de incluir no décor peças que convidam ao toque, à leitura e à curiosidade. Essa troca é o que torna tudo mais interessante”, completa a arquiteta.

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Por Isabella Nalon

Arquiteta com mais de 25 anos de experiência, especializada em projetos arquitetônicos residenciais, comerciais e decoração de interiores; iniciou carreira na Alemanha; fundadora de escritório em São Paulo desde 1998; reconhecida e publicada em portais e revistas renomadas de arquitetura e decoração.

Artigo de opinião

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