O papel transformador da atividade física na prevenção e superação do câncer de mama

Como o esporte fortalece a saúde, a autoestima e o equilíbrio emocional das mulheres diante dos desafios da vida e da doença

A cada ano, o câncer de mama segue como o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o país deve registrar 73.610 novos casos em 2025, e apenas em 2023 foram mais de 20 mil óbitos, com maior incidência nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Apesar dos números preocupantes, há uma tendência de redução da mortalidade entre mulheres de 40 a 49 anos, resultado da conscientização e do diagnóstico precoce, principal bandeira do movimento Outubro Rosa.

De acordo com o artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, o câncer de mama representa 30% de todos os tipos de câncer em mulheres, sendo a principal causa de morte por câncer no público feminino. Além do acesso ao tratamento e à informação, a prática regular de exercícios físicos é um fator comprovadamente benéfico na prevenção, durante o tratamento e na recuperação.

A prática regular de exercícios pode ajudar na prevenção de uma série de doenças, pois ela desenvolve nosso sistema imunológico e nos deixa mais fortes. Além desse ganho bioquímico, também temos ganhos fisiológicos e emocionais. Com a atividade física, nosso corpo produz hormônios benéficos que nos deixam mais felizes e confiantes. Encaixar a atividade física na rotina é um ato de autocuidado.

O esporte vai muito além da saúde física. Ele é também um instrumento de equilíbrio mental e emocional. A prática de atividade física contribui para a saúde emocional, fazendo a pessoa se sentir mais forte e preparada. Ela ajuda a ter ideias e também a se sentir mais segura para enfrentar os desafios da vida, pessoais e profissionais. Ainda que sejam poucos minutos ao dia, já é positivo.

Porém, muitas mulheres enfrentam barreiras cotidianas para incorporar o exercício na rotina, especialmente diante das múltiplas funções que exercem. Existem muitas variáveis que impactam a vida da mulher e dificultam a inserção da atividade física na rotina. São muitas responsabilidades e papéis: a questão materna, familiar, profissional, doméstica e, às vezes, até o cuidado com os pais idosos. É fundamental priorizar e iniciar, mesmo que em alguma atividade mais leve como a caminhada, em alguns dias da semana. Esse encontro consigo mesma pode favorecer e facilitar o equilíbrio dos demais “pratinhos” que precisamos gerenciar.

Mesmo sem ter vivenciado pessoalmente o câncer, é possível reconhecer o poder do esporte no resgate da autoestima e da força interior. O esporte pode ajudar a fortalecer a ideia do Poder Interno Bruto (PIB) da mulher, reforçando o grande potencial para superar os desafios da vida. Encontrar maneiras de praticar algo para deixar o corpo bem, forte e a mente também, é um conselho valioso.

Símbolos de superação mostram que a coragem e a autoconfiança são forças capazes de transformar vidas e desafiar qualquer limite. Realizar algo que parecia impossível, como superar barreiras sociais e pessoais para alcançar grandes objetivos, é uma prova concreta dessa força. Mesmo que pareça impossível, é necessário ativar a coragem e seguir em frente. Reconhecer e aceitar as próprias vulnerabilidades, além de aprender a geri-las melhor, pode representar um recomeço. Não importa em que parte dessa montanha você está; toda mulher pode dar um passo a mais e seguir em frente.

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Por Aretha Duarte

Montanhista, educadora física, primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Monte Everest, palestrante corporativa, embaixadora de marcas e projetos sociais

Artigo de opinião

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