Moda infantil como ferramenta para fortalecer a identidade e autoestima das crianças
Como o estilo e a escolha das roupas influenciam o desenvolvimento pessoal e a confiança dos pequenos
A moda infantil vai muito além da aparência: é uma ferramenta de expressão que influencia diretamente o desenvolvimento da autoestima e da identidade das crianças. Segundo dados do Sebrae, o segmento representa 16% do setor têxtil nacional e cresce cerca de 6% ao ano, movimentando R$ 53,7 bilhões em 2022. Para Fabiano Grassi, coordenador de estilo da AKR Brands, holding que reúne marcas como a King&Joe Play, o estilo infantil deve unir conforto, personalidade e liberdade de escolha, permitindo que cada criança se reconheça nas próprias roupas. Mais do que vestir, trata-se de estimular autenticidade e confiança, acompanhando o crescimento de um mercado que é, ao mesmo tempo, expressivo na economia e essencial na formação pessoal dos pequenos.
Entender o estilo das crianças é uma forma de ajudar os pais a estimular autoestima, individualidade e confiança. O conceito de estilo vai muito além da aparência: trata-se de oferecer escolhas que dialoguem com diferentes temperamentos, comportamentos e ocasiões do dia a dia. “Mais do que aparência, o estilo ajuda a criança a se reconhecer e se mostrar para o mundo”, afirma Grassi. Ao integrar moda, conforto e personalidade, pais e marcas colaboram para que a criança construa sua identidade de forma autêntica, acompanhando ao mesmo tempo o crescimento e a diversificação do segmento.
O desenvolvimento do estilo das crianças é influenciado por múltiplos fatores: família, escola, amigos, mídia e redes sociais. Nos primeiros anos, as decisões dos pais predominam, mas, conforme crescem, referências externas passam a desempenhar um papel mais significativo, moldando preferências e gostos de forma natural.
Incentivar que a criança explore seu próprio estilo fortalece a autoestima. “Ao escolher peças com as quais se identifica, ela percebe que sua personalidade é reconhecida e valorizada, o que gera confiança para escolhas futuras. Entre as tendências atuais, conforto, mobilidade e praticidade aparecem como pilares, permitindo que as roupas acompanhem diferentes momentos da vida desde a escola até atividades extracurriculares, esportes e festas”, completa o coordenador.
A distinção entre estilos de meninos e meninas vem diminuindo, mas ainda apresenta nuances. Enquanto o universo feminino tende a buscar inspirações mais lúdicas, o masculino se conecta a temas mais ativos. Muitas categorias, como calças, agasalhos e jaquetas, apresentam semelhanças significativas, sendo detalhes como cores e estampas os principais marcadores de gênero.
Segundo Grassi, a moda infantil é, acima de tudo, uma ferramenta de expressão. “Ela reflete interesses e referências pessoais, ampliando possibilidades de comunicação por meio de estampas criativas, texturas, cores e frases icônicas. Para marcas e designers, o desafio é criar peças que respeitem a individualidade de cada criança, sem impor padrões, oferecendo liberdade de escolha e conforto em cada look”, afirma.
O maior cuidado dos pais, ressalta o especialista, é não transformar a criança em um “mini-eu” ou escolher roupas apenas para agradar aos outros. Respeitar interesses e temperamento garante que a criança se sinta livre, segura e confiante em sua expressão pessoal.
Nesse cenário, a moda infantil se consolida não apenas como um segmento econômico relevante, mas também como um espaço de expressão e desenvolvimento pessoal. Marcas e designers têm a oportunidade de criar peças que respeitem a individualidade de cada criança, oferecendo liberdade de escolha, conforto e estilo, enquanto os pais podem apoiar de forma consciente a construção da identidade dos pequenos. O resultado é um mercado que cresce em volume e faturamento, ao mesmo tempo em que contribui para crianças mais seguras, confiantes e conectadas à própria personalidade.
Por Mariana Padilha
Assessora de imprensa, JN Assessoria de Comunicação
Artigo de opinião