Depressão funcional: entenda o tabu que atrasa a busca por tratamento
Semana Nacional de Conscientização destaca sinais invisíveis e avanços no combate à depressão
A depressão funcional é um desafio silencioso que ainda enfrenta muito tabu e dificulta o acesso ao tratamento adequado. Mesmo quando a rotina parece normal — com trabalho entregue e compromissos em dia —, a pessoa pode estar enfrentando um sofrimento interno profundo, que mina sua energia e esperança aos poucos. Essa condição, que não paralisa imediatamente, é um dos focos da Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão, realizada em paralelo ao Dia Mundial da Saúde Mental, em 10 de outubro.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 300 milhões de pessoas no mundo vivem com depressão, o que representa cerca de 5,7% da população adulta global. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que 11,3% dos adultos receberam diagnóstico de depressão no último ano, sendo a prevalência maior entre mulheres (14,7%) do que homens (7,3%). No entanto, uma pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) revelou que mais de 70% dos brasileiros diagnosticados não receberam nenhum tipo de tratamento em 2019.
Além disso, a desigualdade regional agrava o problema: enquanto no Sul do país a prevalência de diagnóstico chega a 18,3%, no Nordeste cai para 11,2%. Em áreas remotas e cidades do interior, o acesso a profissionais especializados é limitado, e o estigma em torno da saúde mental dificulta ainda mais a busca por ajuda.
O psiquiatra Dr. Ricardo Sbalqueiro, do grupo ViV Saúde Mental e Emocional, destaca que “muitas vezes, a pessoa segue produzindo, cuidando da família e das tarefas do dia a dia, mas internamente está em sofrimento. Essa invisibilidade da depressão funcional atrasa a busca por ajuda e agrava os riscos”. Entre esses riscos estão a cronificação dos sintomas, a perda da qualidade de vida e, em casos mais graves, a ideação suicida.
Para ampliar as opções de tratamento, abordagens inovadoras têm sido estudadas, como o uso da quetamina em ambientes clínicos controlados para casos de depressão resistente ou risco iminente de suicídio. Pesquisas internacionais, como as da Universidade Columbia, mostram que a quetamina pode reduzir em até 80% a ideação suicida nas primeiras 24 horas após a aplicação.
Segundo Dr. Sbalqueiro, “a quetamina tem um mecanismo de ação distinto dos antidepressivos tradicionais, pois atua sobre o glutamato, um neurotransmissor central para o funcionamento cerebral. Isso permite uma resposta muito mais rápida, criando uma janela terapêutica para que o paciente consiga engajar em psicoterapia e outros recursos de forma mais efetiva”. O tratamento é criterioso, realizado em ambiente seguro, com protocolos individualizados e acompanhamento próximo, e os efeitos colaterais são geralmente leves e passageiros.
A mensagem da Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão é clara: é fundamental quebrar o tabu que ainda envolve a doença, reconhecer os sinais, buscar ajuda precoce e garantir acesso ao tratamento. A depressão, seja em sua forma funcional ou em quadros mais graves, exige atenção e acolhimento. Ninguém precisa sofrer em silêncio.
Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa da ViV Saúde Mental e Emocional.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA