Crise de Natalidade no Brasil: especialistas debatem soluções no maior congresso da América Latina

Com taxa de fecundidade abaixo do ideal, o Brasil enfrenta envelhecimento populacional e busca estratégias para garantir autonomia reprodutiva

De 5 a 8 de outubro de 2025, São Paulo sediou o 29º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA), o maior evento da América Latina voltado à medicina reprodutiva. Um dos temas centrais do congresso foi a “Queda da fecundidade e sustentabilidade reprodutiva”, que coloca em evidência a crise de natalidade no Brasil e seus impactos sociais e demográficos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, a Taxa de Fecundidade Total (TFT) do país é de 1,57 filho por mulher, abaixo do nível de reposição populacional, que é de aproximadamente 2,1 filhos. Esse índice, semelhante à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 1,5, acelera o envelhecimento da população brasileira, um desafio que já afeta nações desenvolvidas.

Especialistas reunidos no CBRA destacaram que a maternidade tardia é uma realidade crescente, impulsionada pela maior inserção da mulher no mercado de trabalho e nas universidades. “A média de idade das pacientes que buscam reprodução assistida, hoje, é de 38 anos, enquanto na década de 1980 era de 30”, explica José Gonçalves Franco Jr., professor da Universidade de São Paulo e primeiro presidente da SBRA. Contudo, ele alerta para os limites biológicos: “A fertilidade da mulher atinge seu pico por volta dos 25 anos e, depois, começa a cair lentamente. Após os 35, essa queda se torna mais acentuada.”

Para enfrentar esses desafios, o congresso enfatizou a importância do planejamento reprodutivo, que vai além do tradicional planejamento familiar focado na anticoncepção. “Precisamos falar também sobre planejamento reprodutivo: não apenas como evitar uma gestação, mas como planejar tê-la no momento certo, quando for possível, viável e desejado”, afirma Álvaro Ceschin, presidente da SBRA. Entre as alternativas oferecidas pela medicina reprodutiva estão a criopreservação de óvulos, sêmen ou embriões, que garantem a possibilidade de gravidez futura.

Apesar dos avanços tecnológicos, o acesso aos tratamentos ainda é limitado, principalmente pelo custo. Marcos Horton, presidente da Federação Internacional das Sociedades de Fertilidade (IFFS), destaca que “o Brasil é tecnologicamente avançado, mas o acesso ainda é restrito pelo custo do tratamento.” Além disso, fatores sociais como a sobrecarga das mães e as barreiras econômicas dificultam a decisão de ter filhos. O número de famílias chefiadas por mulheres aumentou 17,8% na última década, segundo o IBGE, o que também influencia esse cenário.

O congresso também abordou o papel da educação reprodutiva para informar a população sobre a preservação da fertilidade e a redução do potencial reprodutivo após os 35 anos. “É fundamental que os governos informem sua população não só sobre como evitar uma gravidez indesejada, mas também sobre como preservar a fertilidade”, reforça Horton.

Além do debate sobre natalidade, o CBRA 2025 trouxe inovações tecnológicas, como o Summit IA & Tech & FIV, que discutiu o uso da inteligência artificial nos tratamentos de fertilização in vitro, reunindo especialistas nacionais e internacionais para debater avanços e impactos na área.

Com mais de 2,5 mil participantes, o congresso reforça a necessidade de uma abordagem integrada e colaborativa para enfrentar a crise de natalidade no Brasil, promovendo autonomia, equidade e acesso à saúde reprodutiva. Dados e informações deste post foram fornecidos pela assessoria de imprensa do CBRA 2025.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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