Autocuidado na Liderança: Estratégia Essencial para Reduzir Perdas e Fortalecer Equipes

Como práticas simples de autocuidado podem aumentar a resiliência dos líderes e melhorar o engajamento em meio a desafios globais econômicos

Uma crise silenciosa se instala no ambiente corporativo. Segundo o State of the Global Workplace, da Gallup, apenas 21% dos trabalhadores no mundo afirmam estar engajados em seu trabalho em 2024, queda de dois pontos percentuais em relação a 2023. Mais preocupante: o engajamento entre gestores despencou de 30% para 27%, sendo que cerca de 70% do comprometimento das equipes é atribuído ao desempenho dos líderes.

Esses números revelam que o desafio não é só motivacional, mas também econômico. Segundo o relatório State of the Global Workplace 2024, a desmotivação equivale a US$ 8,9 trilhões no PIB mundial, o que corresponderia a cerca de 9% da produção global.

No entorno dessas estatísticas, cresce o foco em autocuidado corporativo: práticas deliberadas dos líderes de cuidar da própria saúde mental, física e emocional para suportar a pressão, inspirar times e sustentar a performance. “Quando o gestor se descuida, projeta insegurança, fadiga e desconexão à sua equipe. O equilíbrio pessoal fortalece a resiliência e cria um ambiente em que o time também se sente autorizado a cuidar de si”, diz Carla Martins, especialista em gestão de pessoas e vice-presidente do SERAC.

Para sustentar essa análise, existem evidências científicas. Em pesquisa da Work and Well-Being Survey, realizada pela American Psychological Association (APA), constatou-se que cerca de 73% dos colaboradores relatam que a atuação de gestores no suporte ao bem-estar impacta a cultura de saúde organizacional. Ainda no âmbito da APA, o relatório 2023 Work in America destaca que os trabalhadores enquadraram o bem-estar psicológico como prioridade máxima no ambiente profissional.

Com base nisso, o SERAC recomenda que os executivos incorporem ao seu cotidiano práticas de autoconsciência, pausas estruturadas, acompanhamento psicológico e definam limites claros entre trabalho e vida pessoal, como forma de fortalecer não apenas a própria liderança, mas o engajamento e a sustentabilidade das equipes.

Cinco práticas que líderes podem adotar para fortalecer bem-estar e inspirar suas equipes, segundo Carla Martins:

– Organizar a agenda: priorizar tarefas estratégicas e evitar sobrecarga com atividades operacionais.
– Definir limites claros: equilibrar tempo de trabalho e vida pessoal para manter energia e foco.
– Cuidar da saúde mental: adotar acompanhamento psicológico e momentos de pausa regulares.
– Incentivar a cultura do bem-estar: criar ambiente em que colaboradores também valorizem o autocuidado.
– Praticar atividade física e autoconsciência: inserir exercícios e hábitos saudáveis como parte da rotina.

“Quando o líder se cuida, ele transmite resiliência e inspira o time a fazer o mesmo. O autocuidado é uma estratégia de gestão”, conclui a vice-presidente.

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Por Carla Martins

vice-presidente do SERAC, contabilista, formada em Marketing pela ESPM, pós-graduada em Big Data e Marketing, especialista em gestão de pessoas

Artigo de opinião

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