Amor de Alecrim: A Literatura como Espaço de Reflexão sobre a Saúde Mental da Mulher 50+
O romance de Ana Paula Couto traz à tona os desafios da maturidade feminina, valorizando a reinvenção, o autoconhecimento e a luta contra o etarismo
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O Dia Internacional da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, encontra eco no romance Amor de Alecrim, de Ana Paula Couto. A obra aborda com sensibilidade os desafios enfrentados pela mulher na maturidade, como a menopausa, crises conjugais, aposentadoria, dilemas da maternidade e a busca por novos sentidos de vida.
A protagonista Amanda, aos 50 anos, vivencia a solidão, a invisibilidade social e o impacto emocional do etarismo. Ao narrar sua reinvenção, o livro convida à reflexão sobre como mulheres nessa faixa etária lidam com perdas, transformações corporais e expectativas sociais que frequentemente as silenciariam.
A autora destaca que quis retratar uma fase pouco explorada na literatura: uma maturidade repleta de dúvidas, mas também de possibilidades. Dar visibilidade a protagonistas com rugas e histórias reais é um ato de resistência, pois essas mulheres não se resumem a estereótipos.
Com um tom confessional e acessível, o romance propõe acolhimento e identificação. A autora relata ter recebido mensagens de leitoras que se reconheceram na narrativa, evidenciando a importância da literatura como ferramenta de conexão e apoio emocional.
Além do lirismo e do humor, Amor de Alecrim incorpora elementos lúdicos, como a presença de uma curandeira especialista em chás, que funciona como metáfora para os caminhos que percorremos em busca de respostas. A fusão entre realismo e fantasia torna a narrativa envolvente e um convite à reflexão sobre a importância da saúde mental e da valorização das mulheres acima dos 50 anos.
Por Ana Paula Couto
Professora de Língua Inglesa há mais de duas décadas; escritora, autora dos romances Amor de Manjericão (2022) e Amor de Alecrim (2023), além de e-books e participação em antologias
Artigo de opinião