Intoxicação por metanol: saiba identificar quando a “ressaca” é um sinal de alerta

Sintomas comuns podem esconder um grave risco à saúde; entenda os sinais e a importância do atendimento rápido

Casos recentes de intoxicação por bebidas adulteradas têm chamado atenção em todo o Brasil. Segundo o último relatório do Ministério da Saúde, divulgado em 5 de outubro de 2025, já foram registrados 225 casos suspeitos, com 14 confirmados e 178 em investigação. O problema está no consumo acidental de metanol, uma substância altamente tóxica usada ilegalmente na fabricação de bebidas falsificadas. O perigo maior é que os sintomas iniciais se parecem com os de uma ressaca comum, o que pode atrasar o atendimento médico e agravar o quadro.

O médico intensivista Pedro Novaes, da UTI do Hospital Evangélico de Sorocaba, explica que a intoxicação por metanol pode ser entendida como uma “ressaca atípica”. “Passadas de 6 a 12 horas da ingestão do álcool, ao invés de melhorar, a pessoa vai piorando”, alerta. Esse atraso na piora dos sintomas é o que torna o diagnóstico difícil e perigoso.

Entre os sinais de alerta, o especialista destaca os sintomas neurológicos, especialmente os relacionados à visão. “A pessoa pode ter apagamento do campo visual, borramento, diplopia, que é a visão dupla, ou até cegueira absoluta. Esse é um sintoma muito característico da intoxicação por metanol”, explica Novaes. Por isso, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente se os sintomas típicos de ressaca — como dor de cabeça, enjoo e mal-estar — piorarem após esse período.

O tempo é crucial para evitar complicações graves. “Quanto mais grave o caso, mais breve deve ser o início do tratamento”, orienta o médico. A gravidade depende da quantidade de metanol ingerida e da resposta do organismo. Avaliar a suspeita nas primeiras 12 horas permite um tratamento mais eficaz, aumentando as chances de reversão do quadro e minimizando sequelas.

No ambiente da UTI, o tratamento é intensivo e envolve várias medidas de suporte. O metanol, ao entrar no organismo, é transformado em substâncias tóxicas que causam danos sistêmicos. “Nosso tratamento é basicamente constatar e tratar a acidose, que é a acidez elevada no sangue. Se confirmada, chamamos a nefrologia para auxiliar na hidratação adequada, fazemos uso de ácido folínico na veia, que ajuda na eliminação, e inserimos um cateter de diálise para filtrar o sangue o mais rápido possível, removendo o metanol e seus metabólitos tóxicos”, detalha o intensivista.

Essas medidas são essenciais para reduzir sequelas neurológicas e visuais, que podem ser graves e permanentes. Um desafio atual é a ausência do antídoto fomepizol no Brasil, que impede a formação dos metabólitos tóxicos do metanol. “Mas temos alternativas eficazes, como a diálise, em casos graves”, ressalta Pedro Novaes.

Diante da suspeita de ingestão de bebida adulterada ou do aparecimento de sintomas incomuns após o consumo de álcool — como visão turva, fraqueza extrema, tontura ou confusão mental — a orientação é procurar imediatamente um pronto atendimento hospitalar.

Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa do Hospital Evangélico de Sorocaba, instituição com 90 anos de tradição e referência em atendimento médico, incluindo Unidade de Terapia Intensiva e pronto atendimento ágil para adultos. A informação correta e o rápido diagnóstico podem salvar vidas. Fique atenta aos sinais do seu corpo e cuide da sua saúde!

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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