Vazio Existencial e Solidão na Geração Z: Um Desafio Urgente para a Sociedade

No Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, dados da Harvard Graduate School of Education revelam que 58% dos jovens adultos relataram ter experimentado pouca ou nenhuma sensação de propósito ou significado em suas vidas no último mês. Esse índice evidencia um vazio existencial em meio a um cenário global de crises e demonstra que, apesar dos avanços tecnológicos e da inteligência artificial, ainda falta espaço para conexões humanas profundas e para o verdadeiro sentido de viver.

Além disso, o World Happiness Report 2025 aponta que 19% dos jovens adultos globalmente dizem não ter ninguém em quem confiar para obter apoio social. Essa realidade mostra que, apesar da hiperconectividade digital, a Geração Z enfrenta uma epidemia de solidão, com poucas relações humanas significativas e carência de afeto.

A crise da solidão e a crise do sentido da vida caminham juntas, e a sociedade ainda não compreende a urgência e a gravidade desse problema. Os jovens não apenas lidam com a falta de propósito e o isolamento, mas também enfrentam crises econômicas, climáticas, desigualdade crescente, sobrecarga e pressão por resultados.

Não podemos mais fechar os olhos para essa realidade nem cair na armadilha de achar que os jovens não suportam nada. Eles estão sofrendo e precisam do nosso apoio. Exigir que enfrentem o mundo sem medo não resolve. É fundamental reconhecermos nossos erros como sociedade para buscarmos mudanças concretas.

Um dos caminhos para ajudar a Geração Z a superar esse estado de apatia e solidão é estimulá-los a buscar o autoconhecimento. Muitas vezes, procuramos desesperadamente um sentido da vida, sem perceber que o que realmente podemos construir é sentido na vida. Não precisamos de um propósito raro e extraordinário, mas podemos escolher viver uma experiência pessoal com consciência e significado.

As gerações mais velhas precisam encarar de frente a urgência desse cenário. A sociedade não pode ignorar a gravidade da crise de solidão e infelicidade entre os mais jovens. Assumir a responsabilidade é o primeiro passo para a transformação. Precisamos reconhecer que estamos falhando como sociedade. Só assim será possível mudar e oferecer condições para que esses jovens enfrentem o mundo com mais segurança e menos isolamento. O que protege os jovens da solidão é a certeza de que eles têm a quem recorrer nos momentos difíceis.

Outro caminho para resgatar a vitalidade da Geração Z está na recuperação dos sonhos e da esperança. Mesmo diante de uma realidade desafiadora, os jovens precisam sentir que a vida vale a pena ser vivida. Pequenas ilusões podem ser combustível para a alegria. O essencial é que eles não percam a capacidade de sonhar e de acreditar em um futuro possível.

Resgatar a Geração Z da solidão, portanto, passa por três frentes: fortalecer vínculos reais, assumir a responsabilidade coletiva pela crise e reacender nos jovens a chama dos sonhos.

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