Intoxicação por metanol: riscos ocultos e impacto na saúde pública e emocional
Entenda como a presença de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas afeta a saúde física e mental, e o que isso revela sobre a fiscalização no Brasil
Os recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas em São Paulo colocam em evidência um problema grave e urgente na saúde pública brasileira. Dados da assessoria de imprensa destacam que o metanol, um álcool industrial presente em combustíveis, solventes e produtos químicos, não deve jamais estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Quando ingerido, o organismo o transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas que atacam o sistema nervoso central, especialmente o nervo óptico.
Segundo a pesquisadora especialista em saúde pública e doenças infecciosas Marielena Vogel Saivish, a intoxicação por metanol é uma das formas mais graves de envenenamento relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas. Os sintomas iniciais podem parecer uma embriaguez comum, como dor de cabeça, tontura e náusea, mas rapidamente evoluem para quadros muito mais perigosos, incluindo perda parcial ou total da visão, convulsões, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, e em casos extremos, coma e morte. O que preocupa ainda mais é que até pequenas quantidades de metanol podem causar sequelas permanentes.
Do ponto de vista da saúde pública, esses episódios revelam dois problemas centrais: o risco individual para quem consome bebidas de origem duvidosa e o risco coletivo, já que esses casos sobrecarregam os hospitais e expõem fragilidades na fiscalização e controle da produção e comercialização de bebidas alcoólicas. “O que estamos vendo não é um acidente imprevisível, mas sim uma tragédia evitável. A intoxicação por metanol mostra como a falta de fiscalização e a informalidade na produção de bebidas podem custar vidas em poucas horas”, alerta a especialista.
Além dos impactos físicos, a intoxicação por metanol traz consequências psicológicas e sociais importantes. A psicóloga e neuropsicóloga Sabrina Bezerra explica que o consumo de álcool está profundamente enraizado em uma cultura que normaliza e até incentiva o ato de beber, o que contribui para o uso indiscriminado e a baixa percepção de risco. Ela destaca que os sintomas neurológicos da intoxicação, como confusão mental e alterações visuais, podem ser confundidos com os efeitos da embriaguez, o que dificulta o reconhecimento precoce do problema.
Outro ponto crítico é que muitas pessoas não buscam atendimento médico imediato por desconhecimento dos sinais ou por medo do estigma associado ao consumo de álcool. Essa lacuna aumenta os casos subnotificados, reduz a eficácia das intervenções e dificulta o monitoramento epidemiológico, comprometendo as ações de saúde pública.
Esses fatos reforçam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para fiscalização rigorosa das bebidas alcoólicas, campanhas educativas que alertem sobre os perigos do consumo de bebidas adulteradas e o fortalecimento do sistema de saúde para atendimento rápido e adequado às vítimas. A intoxicação por metanol é um problema complexo que exige atenção não só do poder público, mas também da sociedade como um todo, para evitar novas tragédias e proteger a saúde física e mental da população.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA