Como escolher sua primeira obra de arte: dicas para decorar com personalidade e sem gastar muito

Aprenda a identificar seu estilo, evitar erros comuns e transformar seu ambiente com peças acessíveis e cheias de significado

Não é apenas um quadro, um pôster ou uma escultura. Comprar a primeira obra de arte pode parecer intimidador para quem nunca teve contato com esse universo. É preciso entender de design ou de história da arte? Como escolher algo que combine com a casa e com o estilo de vida? Para Adriana Valli Mendonça, coordenadora do curso de Design de Interiores do Centro Universitário de Brasília (CEUB), o segredo está em começar pelo mais óbvio: olhar para dentro. “O gosto pessoal deve vir em primeiro lugar”, orienta.

A pergunta inicial é simples: quais imagens, cores e formas atraem você naturalmente? Pode ser uma fotografia que emociona ou uma escultura que desperta curiosidade. “O mais importante é estabelecer uma conexão afetiva com a obra”, afirma. Ainda assim, a harmonia com o espaço deve ser considerada para evitar a sensação de que a peça “não conversa” com os móveis ou com a atmosfera do ambiente. “O que é cafona para uns pode ser ousado e inovador para outros”.

Na prática, alguns erros são comuns: agir por impulso, escolher obras em proporções inadequadas ou desconsiderar aspectos de iluminação e conservação. Outro mito a ser quebrado é o de que arte só se encontra em galerias famosas ou com artistas consagrados. “Feiras, coletivos criativos, ateliês e até exposições universitárias oferecem peças originais e acessíveis”, explica a designer.

Uma dúvida frequente entre iniciantes é se vale mais investir em uma única obra de destaque ou em uma composição de vários quadros. A resposta, segundo Adriana, depende do estilo de quem decora e da proposta do ambiente. “Uma peça central se torna protagonista e precisa de espaço para respirar. Já a gallery wall transmite leveza e descontração, como uma narrativa visual da vida de quem mora ali”, detalha.

Obra grande em local pequeno?
A proporção é outro ponto-chave. Em se tratando de pinturas, a recomendação é que a obra ocupe de 50% a 70% do espaço vazio da parede. Já esculturas pedem cuidado extra, pois interferem na circulação e na convivência com os móveis. “Peças grandes transformam o ambiente, mas exigem experiência. Quem está começando pode apostar em formatos menores para experimentar estilos e combinações”, sugere a professora do CEUB.

Mais do que tendência ou decoração, Adriana defende a arte como uma extensão da identidade. “Uma fotografia da cidade natal, uma escultura inspirada na natureza ou uma tela que remete à memória familiar comunicam muito sobre quem somos. Não encare a arte apenas como enfeite: ela é memória, identidade e emoção”, resume.

Dicas da especialista do CEUB para escolher sua primeira obra de arte:
• Comece pelo gosto pessoal, mas avalie a harmonia com o ambiente.
• Evite compras por impulso: pense onde a obra será colocada.
• Observe proporções: quadros devem ocupar de 50% a 70% do espaço da parede.
• Experimente em ambientes menos centrais antes de ousar em locais de destaque.
• Invista em obras autorais e de artistas locais para mais autenticidade.
• Prefira iluminação difusa e evite sol direto, umidade e produtos químicos.
• Não coloque obras em cozinhas e banheiros.
• Feiras, ateliês e coletivos criativos são boas fontes de obras acessíveis.
• Réplicas da internet podem decorar, mas não têm valor artístico.

A

Por Adriana Valli Mendonça

Coordenadora do curso de Design de Interiores do Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Artigo de opinião

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