ANVISA aprova novo tratamento que revoluciona câncer de cabeça e pescoço localmente avançado
Estudo KEYNOTE-689 traz esperança com imunoterapia antes e depois da cirurgia, aumentando a sobrevida e qualidade de vida
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou recentemente o uso do pembrolizumabe para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço localmente avançado, uma conquista que representa o primeiro avanço significativo em mais de 20 anos para pacientes com esse tipo de tumor. A novidade foi divulgada pela MSD com base nos resultados do estudo clínico KEYNOTE-689, que demonstrou benefícios importantes ao adicionar o medicamento antes e depois da cirurgia.
Tradicionalmente, o câncer de cabeça e pescoço localmente avançado é tratado com cirurgia para remoção do tumor, seguida por quimioterapia e radioterapia. No entanto, esses tratamentos costumam apresentar resultados insatisfatórios e efeitos colaterais severos. O estudo KEYNOTE-689, apresentado em encontros internacionais como a Reunião Anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR) e da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), mostrou que o pembrolizumabe pode aumentar significativamente o tempo em que o paciente permanece sem recidiva ou piora da doença, além de melhorar a resposta ao tratamento.
O estudo incluiu 714 pacientes que receberam pembrolizumabe antes da cirurgia (neoadjuvante) e após a cirurgia em combinação com radioterapia, com ou sem quimioterapia, comparados ao tratamento padrão. Os resultados foram promissores: a mediana da sobrevida livre de eventos foi de quase 52 meses para o grupo tratado com pembrolizumabe, contra cerca de 30 meses no grupo controle. Em grupos específicos, como pacientes com CPS ≥ 10, a sobrevida livre de eventos chegou a quase 60 meses, mais que o dobro do grupo padrão.
Fátima Matos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, destaca que “para além de números, estamos falando sobre um maior tempo de vida com mais saúde, menos recidivas e a possibilidade de construir um futuro com mais qualidade”. Ela ressalta ainda a importância da preservação da dignidade do paciente e a chance de retomar atividades diárias com menos tratamentos agressivos.
A prevenção também é fundamental, especialmente diante da alta incidência estimada pelo INCA, com mais de 15 mil novos casos anuais na cavidade oral. Dra. Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD, reforça que “a prevenção continua sendo nossa principal ferramenta: reduzir fatores de risco conhecidos — como tabagismo e consumo excessivo de álcool — e alertar sobre os potenciais danos do uso de vapes e cigarros eletrônicos”.
Quanto à segurança, o pembrolizumabe apresentou um perfil aceitável, com efeitos adversos imunológicos geralmente bem controlados, e sem novos sinais preocupantes. O avanço abre caminho para novas pesquisas e a possibilidade de combinar imunoterapia com cirurgias, oferecendo esperança para pacientes e profissionais de saúde.
Este importante avanço no tratamento do carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço marca uma nova era, com potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida e o prognóstico de milhares de pessoas afetadas por essa doença.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA