Segurança alimentar infantil no Brasil: desafios e soluções em debate no 7º Fórum Infinis
Autoridades, especialistas e sociedade civil discutem estratégias para garantir alimentação saudável e combater a desnutrição e obesidade infantil no país
Com dados da assessoria de imprensa, o 7º Fórum de Políticas Públicas da Saúde na Infância, promovido pelo Infinis – Instituto Futuro é Infância Saudável, reuniu ontem (30.09) na Pinacoteca de São Paulo autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para debater os desafios da segurança alimentar infantil no Brasil. O evento abordou temas cruciais como o cenário pós-pandemia, a alimentação escolar, a realidade das comunidades tradicionais da Amazônia e os crescentes índices de obesidade e desnutrição entre crianças brasileiras.
O presidente da Fundação José Luiz Setúbal destacou que, apesar do Brasil ter saído do mapa da fome da ONU, quase 600 mil crianças de até cinco anos ainda enfrentam insegurança alimentar grave. Além disso, cerca de 400 mil crianças nessa faixa etária sofrem com obesidade, um fenômeno que exige ações integradas entre governo, sociedade civil e famílias. “O enfrentamento da insegurança alimentar infantil requer ações integradas e intersetoriais”, reforçou.
O relatório do UNICEF “Alimentando Lucro” revelou que, pela primeira vez, a obesidade supera a desnutrição como principal forma de má nutrição entre crianças e adolescentes em idade escolar no mundo, com maior impacto em países de baixa e média renda, como o Brasil. Walter Belik, fundador do Instituto Fome Zero, ressaltou o paradoxo brasileiro: “O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mas tem uma das cestas saudáveis mais caras.” Segundo dados da FAO, o custo de uma alimentação saudável no país ultrapassa em 43% o salário-mínimo para uma família de quatro pessoas.
A secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, enfatizou que a alimentação saudável não pode ser vista apenas como uma escolha individual, mas como resultado de políticas públicas que garantam acesso econômico e físico aos alimentos. Ela também alertou para o crescimento das plataformas digitais na venda de alimentos, que podem tanto ampliar o acesso a alimentos saudáveis quanto aumentar a exposição a ultraprocessados.
Outro ponto importante do fórum foi a segurança alimentar das crianças na Amazônia, especialmente indígenas e comunidades tradicionais. Adelina Fidelis, líder indígena Ticuna, destacou a importância da inclusão de alimentos tradicionais, como macaxeira e inhame, na merenda escolar regional, criticando a presença de ultraprocessados nas escolas. A discussão também abordou os impactos do garimpo e da demarcação de terras na alimentação dessas populações.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi tema central, com destaque para sua política de destinar 30% dos recursos para compra de alimentos da agricultura familiar e limitar a 15% o uso de ultraprocessados. Pedro Vasconcelos, da FIAN Brasil, apontou desafios na execução do programa, como irregularidades na oferta e desigualdades regionais, ressaltando o papel da sociedade civil no fortalecimento dessa política.
O fórum ainda celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome da FAO em 2025, atribuindo parte do sucesso ao programa Bolsa Família, que une ações em saúde, educação e assistência social. Roseane Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Social, destacou que o programa é “garantia de segurança social e alimentícia”, visando que futuras gerações não precisem dele.
Por fim, o debate ressaltou a importância da formação de adolescentes e jovens como promotores da saúde, com o projeto RAP da Saúde, que capacita jovens para atuar em políticas públicas de alimentação saudável. O evento reforçou que a segurança alimentar infantil é uma missão coletiva, essencial para garantir direitos fundamentais como aprendizado e qualidade de vida.
O Infinis segue comprometido em promover políticas públicas eficazes e fortalecer a atuação da sociedade civil para garantir uma infância saudável no Brasil.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA