O que acontece quando você para o tratamento com medicamentos à base de GLP-1?

Entenda os riscos do efeito sanfona e a importância do manejo contínuo da obesidade

Medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, à base de GLP-1, têm revolucionado o tratamento da obesidade e do sobrepeso, proporcionando perdas de peso expressivas. No entanto, dados recentes indicam que a suspensão desses tratamentos pode levar ao reganho de até dois terços do peso perdido em apenas um ano, desencadeando o temido efeito sanfona.

Estudos clínicos, como o STEP-1, revelam que pacientes que utilizaram semaglutida por 68 semanas chegaram a perder em média 17,3% do peso corporal. Contudo, após a interrupção do medicamento, a maioria recuperou grande parte desse peso em um período relativamente curto. Pesquisadores da Universidade de Pequim, na China, revisaram 11 estudos com quase 2.500 pessoas e observaram que o reganho de peso ocorre entre 8 e 20 semanas após o fim do tratamento.

Uma pesquisa publicada no jornal Diabetes, Obesity and Metabolism trouxe insights importantes sobre estratégias para minimizar esse efeito. A redução da frequência das injeções de GLP-1 de semanal para quinzenal pode preservar cerca de 75% do peso perdido, enquanto o aumento da dose pode manter os resultados por completo. Ainda assim, a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora médica da clínica Atma Soma, destaca que “a obesidade é uma doença crônica e exige manejo contínuo”. Ela explica que o organismo interpreta a perda de peso como uma ameaça à sobrevivência, ativando mecanismos para recuperá-lo. “Quando o medicamento é retirado, o apetite aumenta potencialmente e o metabolismo desacelera, com a possibilidade de o paciente atingir um peso ainda mais elevado do que o inicial.”

Além do impacto emocional, o efeito sanfona traz consequências para a saúde metabólica e muscular. O vai e vem do peso pode comprometer a qualidade e a quantidade dos músculos, além de reduzir os ganhos metabólicos importantes, como a melhora do índice glicêmico e a diminuição do risco de doenças cardiovasculares, incluindo infartos e AVC.

Embora a tirzepatida, presente no Mounjaro, apresente resultados superiores em perda de peso comparada à semaglutida, ambos os medicamentos têm o mesmo padrão quando o assunto é reganho de peso após a interrupção do tratamento. Um artigo no jornal The Guardian destacou que até 95% dos usuários recuperam o peso perdido meses após o fim do uso dos análogos do GLP-1.

A endocrinologista Alessandra Rascovski também chama atenção para o desafio social e econômico que envolve o tratamento da obesidade, especialmente em países como o Brasil, onde o acesso a esses medicamentos é limitado por questões de custo e políticas públicas. Segundo dados do Atlas da Obesidade 2024, o Brasil poderá ter 127 milhões de adultos com obesidade e sobrepeso até 2035.

Por fim, a médica reforça que “o medicamento é uma ferramenta poderosa, mas não substitui mudanças de estilo de vida”. Alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado, cuidado emocional e acompanhamento médico são essenciais para manter os resultados a longo prazo. “Sem isso, nenhum resultado será definitivo. E vale lembrar que o foco deve ser na manutenção”, conclui.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa e destaca a importância de um olhar integral e contínuo para o tratamento da obesidade, indo muito além das injeções.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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