Paracetamol pode reduzir em até 50% a divisão celular dos embriões nos primeiros dias

Estudo internacional alerta para impactos do analgésico no desenvolvimento embrionário inicial e na fertilização in vitro

Um estudo internacional recente, publicado em agosto de 2025 na revista Human Reproduction, revelou que o paracetamol, um dos analgésicos mais utilizados no mundo, pode reduzir em até 50% a velocidade de divisão celular dos embriões humanos nos primeiros dias após a fertilização in vitro (FIV). A pesquisa, analisada pelo Vitrolife Group, avaliou 90 embriões excedentes de tratamentos de FIV e identificou atrasos no desenvolvimento embrionário, pior qualidade da massa celular interna — essencial para a formação do feto — e falhas na implantação uterina.

O estudo envolveu instituições renomadas da Dinamarca, França e Estados Unidos, incluindo o Copenhagen University Hospital e a Harvard Medical School. Os embriões foram expostos a concentrações de paracetamol equivalentes às encontradas no organismo após uma dose comum de 1 grama do medicamento, o que torna os resultados ainda mais relevantes para a realidade clínica. Em média, o tempo de duplicação celular dos embriões aumentou de 13 para cerca de 30 horas, indicando uma desaceleração significativa no ritmo de desenvolvimento.

Além dos embriões humanos, experimentos com camundongos mostraram queda nas taxas de implantação e aumento das perdas gestacionais. O mecanismo sugerido envolve a inibição da ribonucleotídeo redutase, uma enzima crucial para a síntese de DNA e para a continuidade do ciclo celular. Isso pode explicar por que muitos embriões aparentemente saudáveis não conseguem se implantar no útero, contribuindo para as perdas gestacionais precoces.

A embriologista sênior Catherine Kuhn Jacobs, especialista do Vitrolife Group, destaca que o estudo ajuda a entender um dos grandes mistérios da reprodução assistida: “Hoje em dia conseguimos acompanhar as divisões celulares dos embriões em seus primeiros dias através de incubadoras time-lapse, mas nem sempre conseguimos saber a razão das alterações de ritmo de desenvolvimento”. Ela ressalta a importância de estudar a correlação entre esses atrasos e os resultados de gravidez, embora com cautela, pois diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento embrionário.

Estima-se que entre 10% e 40% das concepções fracassem ainda na fase de implantação, sendo metade dessas perdas atribuídas a causas genéticas e a outra metade a fatores uterinos ou externos, como o uso de medicamentos. O paracetamol, consumido por até 65% das gestantes nos Estados Unidos e cerca de 50% no mundo, está presente em mais de 600 formulações farmacêuticas, o que torna o alerta ainda mais relevante.

Os autores reconhecem limitações no estudo, como o número reduzido de embriões analisados, mas reforçam que a consistência dos resultados em diferentes modelos biológicos fortalece a hipótese de que o paracetamol pode interferir na viabilidade embrionária. Ainda não há comprovação direta de que o uso do medicamento cause perdas gestacionais em larga escala, mas os pesquisadores defendem a necessidade de novos estudos clínicos para esclarecer essa relação.

Do ponto de vista clínico, o estudo não proíbe o uso do paracetamol em mulheres que desejam engravidar, mas recomenda cautela e acompanhamento médico. A possibilidade de que um medicamento tão comum possa reduzir pela metade o ritmo de divisão celular dos embriões abre espaço para repensar protocolos e estimular pesquisas futuras. As próximas etapas incluem ampliar a análise em populações humanas e investigar se os efeitos se estendem a outras fases do desenvolvimento, como a formação dos órgãos sexuais e do cérebro.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Vitrolife Group e do estudo científico publicado na Human Reproduction. A recomendação é que mulheres em idade fértil consultem seus médicos antes de usar qualquer medicamento, especialmente durante o período da concepção.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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