Lei contra adultização no ambiente digital é sancionada: saiba como proteger crianças e adolescentes

Especialistas destacam estratégias para enfrentar a adultização e seus impactos na saúde mental dos jovens

Na última semana, foi sancionada uma importante lei que visa proteger crianças e adolescentes contra a adultização no ambiente digital. Esse fenômeno, que expõe os jovens a pressões e responsabilidades próprias da vida adulta precocemente, tem sido apontado como um fator que contribui para o aumento dos problemas de saúde mental, incluindo o risco de suicídio.

Dados recentes revelam um cenário preocupante. Segundo o estudo “Adolescência e suicídio: um problema de saúde pública”, divulgado em 2024 pela Fundação Oswaldo Cruz, a proporção de óbitos por suicídio entre adolescentes brasileiros de 10 a 19 anos saltou de 2,73% para 7,28% entre os anos de 2000 e 2022. Entre adultos jovens (20 a 29 anos), o índice também cresceu, passando de 3,11% para 6,58%. O relatório destaca que o suicídio é resultado de múltiplos fatores sociais, como isolamento, pressão por desempenho, violência, assédio e dificuldades no acesso ao cuidado em saúde mental.

Além disso, o Índice KidsRights, que utiliza dados da Organização Mundial da Saúde, aponta que mais de 14% das crianças e adolescentes globalmente enfrentam problemas de saúde mental, com o suicídio sendo a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A crise é agravada pela expansão descontrolada das redes sociais, que priorizam o engajamento em detrimento da segurança infantil.

A psiquiatra Vanessa Schaker, do Hospital São Lucas da PUCRS, explica que a adultização impõe uma sobrecarga emocional para crianças e adolescentes, que ainda não possuem preparo para lidar com essas demandas. “Essa pressão pode ser o gatilho para quadros de depressão, transtornos de ansiedade e distúrbios de sono e alimentação”, afirma. A exposição precoce às redes sociais intensifica esses riscos, pois os jovens enfrentam cobranças estéticas, sexualização, comparação social e cyberbullying, o que pode gerar sentimentos profundos de inadequação e desesperança.

Para enfrentar esse desafio, especialistas ressaltam a importância de um esforço coletivo envolvendo família, escola, sociedade e políticas públicas. A família tem papel essencial ao proteger as fases do crescimento, garantindo que as crianças possam brincar e interagir com seus pares, além de controlar a exposição nas redes sociais. Já na adolescência, é fundamental oferecer autonomia progressiva acompanhada de suporte, com diálogo aberto sobre emoções e uso consciente da internet.

Na escola, as ações preventivas, como as relacionadas ao Setembro Amarelo, devem ir além de atividades pontuais, promovendo um olhar integral sobre o bem-estar emocional dos estudantes. Clemilson Graciano da Silva, especialista do Marista Brasil, destaca que a instituição deve estimular a escuta ativa, o acolhimento e a construção de vínculos, além de oferecer educação socioemocional e atividades lúdicas que fortaleçam a interação interpessoal.

Ferramentas de monitoramento e denúncia, bem como materiais educativos acessíveis, são estratégias importantes para mitigar os riscos da exposição digital, como cyberbullying e conteúdos prejudiciais. O combate às raízes sociais do problema passa pela integração de políticas públicas em saúde, assistência social, educação, segurança e justiça.

Com educação, leis claras, cuidado parental e fiscalização, é possível garantir que a infância e a adolescência sejam valorizadas e respeitadas, protegendo a saúde mental e o desenvolvimento saudável dos jovens.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa dos Maristas no Brasil.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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