Queda de cabelo na menopausa: causas, desafios e tratamentos inovadores

Entenda por que o afinamento dos fios ocorre na menopausa e conheça as novas abordagens para preservar a saúde capilar e a autoestima feminina

A queda de cabelo na menopausa é uma queixa cada vez mais comum nos consultórios. Celebridades como Angélica e Adriane Galisteu já falaram publicamente sobre as mudanças que notaram nos fios após os 40 anos, trazendo luz a um tema que afeta milhões de brasileiras, mas ainda é envolto em silêncio e insegurança.

A queda capilar é muito comum na menopausa, afetando até metade das mulheres, segundo estudos publicados no Journal of the American Academy of Dermatology (JAAD). A redução de estrogênio e progesterona encurta a fase de crescimento dos fios (anágena) e prolonga a fase de queda (telógena). Essas alterações hormonais explicam por que tantas mulheres percebem perda de volume, fios mais finos e até mudanças na textura do cabelo.

Existem dois tipos principais de afinamento capilar nessa fase:
– Alopecia androgenética feminina: marcada principalmente por rarefação no topo da cabeça e na risca central, agravada pela queda hormonal.
– Alopecia senil: relacionada ao envelhecimento natural dos folículos, independente de genética, levando a rarefação difusa após os 60 anos.

Além disso, no climatério e na menopausa, os episódios de eflúvio telógeno tendem a ser mais frequentes e intensos. Muitas vezes, eles são acompanhados de coceira no couro cabeludo. Há também maior incidência de alopecias cicatriciais, como a alopecia frontal fibrosante, que pode causar perda irreversível na linha frontal e sobrancelhas. É um cenário complexo: diferentes tipos de queda podem coexistir, exigindo uma avaliação criteriosa e um tratamento personalizado.

A boa notícia é que existem opções, mas é preciso cuidado. O tratamento da alopecia androgenética em mulheres menopausadas não pode ser feito de forma automática. Algumas medicações, embora eficazes para mulheres, podem impactar na cognição e no bem-estar mental nesta fase, pois atuam em vias hormonais e neurológicas sensíveis, podendo levar a alterações de humor.

As alternativas atuais incluem:
* Tecnologias médicas, como laser de baixa potência;
* Tratamentos personalizados, com protocolos adaptados a cada paciente;
* Atenção à nutrição e às necessidades básicas individuais, que fazem parte do ecossistema de cuidado da mulher climatérica e menopausa.

Se notar cabelos caindo no travesseiro, no chão, rarefação na risca central ou coceira no couro cabeludo, é fundamental procurar ajuda médica logo. Não se deve esperar o tempo passar. Mesmo que a mãe ou avó tenham cabelos ralos, hoje já existem terapias que ajudam a preservar a autoestima.

A experiência pessoal com menopausa precoce motivou a criação de um novo conceito de cuidado, que une ciência, acolhimento e inovação para transformar a forma como se enxerga o climatério e a menopausa. O objetivo é claro: que nenhuma mulher atravesse essa fase sozinha ou com perda de autoestima. O climatério pode e deve ser vivido com vitalidade, beleza e acolhimento.

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Por Dra. Isabel Martinez

Médica, quase duas décadas de atendimento em tricologia, idealizadora do Climex Academy

Artigo de opinião

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