Golpes de carros no Facebook: por que pedem entrada de até R$ 10 mil?

Valores médios são a “zona doce” dos criminosos: grandes o bastante para doer, pequenos o bastante para não chamar atenção imediata

Quem já navegou pelo Facebook Marketplace certamente já se deparou com anúncios tentadores de carros com preço abaixo da média. O detalhe está sempre na “entrada”: muitas vezes, pedem um sinal entre R$ 5 mil e R$ 10 mil para “segurar o carro”. Mas por que essa quantia é tão comum entre golpistas?

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O atrativo da “entrada alta”

Esses valores não são escolhidos ao acaso. Para o golpista, eles funcionam porque:

  • Passam falsa seriedade: sinal alto transmite “confiança” para a vítima, como se fosse prática comum em negociações reais.

  • Ganho rápido: uma vítima rende muito mais que vários pequenos golpes.

  • Logística fácil: valores médios são simples de dividir entre contas ou sacar, dificultando rastreamento.

  • Menos atenção imediata: não são cifras milionárias que acendem alertas instantâneos, mas já são quantias dolorosas para a vítima.


“Piora o crime”?

Na prática:

  • Para a vítima: sim, o prejuízo é alto e difícil de recuperar.

  • Para o criminoso: é o equilíbrio ideal entre lucro e discrição.

  • Para autoridades: valores nessa faixa podem ser investigados, mas nem sempre com a urgência que uma fraude maior teria.


Como funcionam esses golpes

O roteiro se repete:

  1. Anúncio com fotos falsas ou clonadas.

  2. Preço abaixo do mercado, chamando atenção.

  3. Pressa para fechar negócio: “dê o sinal agora e o carro é seu”.

  4. Pagamento via Pix ou transferência — formas rápidas e quase irreversíveis.

  5. Desaparecimento do vendedor ou desculpas para pedir mais dinheiro.


Como se proteger

  • Nunca pague sinal sem ver o carro pessoalmente.

  • Leve alguém com você e exija documentos do vendedor e do veículo.

  • Pesquise o histórico do veículo no Detran ou serviços especializados.

  • Prefira meios de pagamento com garantias (plataformas de intermediação, transferência feita em banco na frente do vendedor).

  • Desconfie de preços muito abaixo da média.


Se você já foi vítima

  1. Guarde todos os prints, comprovantes e o link do anúncio.

  2. Avise o banco imediatamente e peça bloqueio do Pix.

  3. Registre boletim de ocorrência, preferencialmente na delegacia especializada em crimes digitais.

  4. Denuncie o anúncio ao Facebook.

  5. Compartilhe a experiência para alertar outras pessoas.


Conclusão

Golpes de carros no Facebook com entrada de até R$ 10 mil se aproveitam justamente do valor médio: pesado o suficiente para gerar lucro ao criminoso, mas não tão alto a ponto de despertar suspeita imediata. A melhor defesa é a informação — e a desconfiança saudável diante de ofertas boas demais para ser verdade.

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