Vacinação contra HPV é prorrogada até dezembro para proteger jovens do câncer cervical
Campanha inédita visa imunizar 7 milhões de adolescentes e reforçar a prevenção do câncer do colo do útero
O Ministério Público anunciou a prorrogação da campanha de vacinação contra o HPV para adolescentes de 15 a 19 anos até dezembro de 2025. A iniciativa inédita tem como objetivo vacinar 7 milhões de jovens que não receberam a imunização na idade recomendada, reforçando a prevenção do câncer do colo do útero, o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil.
Segundo dados da assessoria de imprensa, desde o início de setembro, mais de 115 mil adolescentes já foram vacinados. Em 2024, a cobertura vacinal ultrapassou 82% entre as meninas, índice superior à média global de 37%, e chegou a 67% entre os meninos. Esse avanço é resultado da adoção da dose única do imunizante, medida implementada no ano passado para facilitar o acesso e aumentar a adesão.
Apesar do progresso, o desafio permanece em alcançar os jovens que perderam a vacinação na faixa dos 9 aos 14 anos, considerada ideal. A baixa adesão preocupa especialistas, pois compromete a meta do Brasil, alinhada à Organização Mundial da Saúde (OMS), de eliminar o câncer do colo do útero nas próximas décadas, o que exige índices de vacinação acima de 90%.
A oncologista Marcela Bonalumi, da Oncoclínicas, destaca que a vacina protege não só contra o câncer do colo do útero, mas também contra tumores de vulva, ânus e vagina nas mulheres, e de pênis nos homens. Ela ressalta ainda a importância do exame Papanicolau para o diagnóstico precoce, que aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento.
A desinformação é um dos obstáculos para a vacinação. Pesquisa da Fundação Nacional do Câncer revelou que mais de um terço dos adolescentes desconhece que a vacina previne o câncer do colo do útero, e 57% acreditam equivocadamente que a vacina pode causar riscos à saúde. Entre os pais, 22% têm a falsa percepção de que a vacinação estimula o início precoce da vida sexual.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que em 2025 mais de 17 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer do colo do útero no Brasil. A doença é silenciosa em seus estágios iniciais, mas sintomas como dor na relação sexual e sangramentos vaginais devem ser sinais de alerta para buscar avaliação médica.
A vacinação está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país. O Ministério da Saúde alerta que 75% das brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, e que a infecção persistente pode levar ao desenvolvimento do câncer.
Por fim, a oncologista reforça que, além da imunização, a realização periódica do Papanicolau é fundamental para identificar lesões pré-cancerosas e agir rapidamente. “Mesmo vacinadas, as mulheres devem manter os exames em dia, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do vírus”, conclui.
Esta campanha representa uma importante oportunidade para ampliar a proteção das jovens brasileiras contra o HPV e suas consequências, promovendo saúde e qualidade de vida para as futuras gerações.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA