Cuidar da Saúde Mental dos Colaboradores: Um Investimento Estratégico para as Empresas
Entenda por que investir no bem-estar psicológico no ambiente de trabalho gera retorno financeiro e fortalece a cultura organizacional
A cada 1 real investido em saúde, as empresas retornam aproximadamente 4 reais em forma de resultados e ganho produtivo, conforme um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2022.
Durante o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio e valorização da vida, a discussão sobre saúde mental ganha ainda mais destaque. Mas falar de saúde não pode se restringir apenas ao âmbito clínico: envolve também relações de trabalho, escolhas de carreira, segurança financeira e a forma como aprendemos a lidar com esses temas ao longo da vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. No Brasil, os transtornos mentais já estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, de acordo com o INSS. Isso mostra que cuidar da mente também passa por repensar como estruturamos a vida profissional e como preparamos as novas gerações para o mundo do trabalho.
O grande desafio está em democratizar o cuidado com a saúde mental e o acesso ao aconselhamento profissional, evitando que esse tipo de apoio seja restrito a uma parcela privilegiada da população.
Essa democratização depende de quatro pilares:
– Educação e conscientização desde cedo – saúde mental, finanças pessoais e orientação de carreira deveriam estar na grade escolar já no ensino médio. Falar de relações de trabalho, escolhas profissionais e bem-estar é fundamental para reduzir as vulnerabilidades na vida adulta.
– Estruturas acessíveis – divulgar e ampliar iniciativas como atendimentos psicológicos gratuitos pelo SUS, clínicas-escola em universidades, ONGs e instituições que oferecem aconselhamento de carreira e apoio psicológico a baixo custo ou de forma comunitária.
– Tecnologia como aliada – usar plataformas digitais para expandir o acesso a conhecimento, ferramentas de autodesenvolvimento e aconselhamento em grupo, alcançando quem não teria acesso por meios tradicionais.
– Responsabilidade compartilhada – empresas, escolas, governos e especialistas devem assumir o papel de democratizar conteúdo e práticas coletivas, indo além do atendimento individual, que muitas vezes é inacessível por questões financeiras ou de tempo.
Organizações que cuidam da saúde mental e do desenvolvimento de carreira de seus colaboradores não apenas reduzem turnover e constroem ambientes mais criativos, engajados e sustentáveis, como também ganham em produtividade. A cada 1 real investido em saúde, as empresas retornam aproximadamente 4 reais em forma de resultados e ganho produtivo. Os dados fazem parte do relatório da OMS e OIT de 2022.
Com mais de 15 anos de experiência em Recursos Humanos e atuação em projetos de diversidade, liderança e transformação cultural em empresas nacionais e multinacionais, é fundamental entender que falar de saúde mental no Setembro Amarelo vai além da prevenção: trata-se de construir uma sociedade mais consciente, inclusiva e preparada para o futuro do trabalho. Saúde não é custo, é investimento.
Por Hudson Cunha
Especialista em gestão de pessoas, diversidade e aconselhamento de carreira; mais de 14 anos de experiência em Recursos Humanos; Mestre em Psicologia Organizacional; autor dos livros "O Tratado dos Opostos" e "Carreira Consciente: O Trabalho Para Além do Emprego"
Artigo de opinião