Setembro Amarelo: Reflexões Profundas sobre Suicídio e os Desafios da Existência
Uma análise sobre a crise dos valores humanos, a influência das experiências espirituais e a importância da constelação familiar na prevenção do suicídio
O não merecimento da própria existência!
Não há como negar a existência de uma crise lá fora! Não é uma crise comum em apenas um único setor, quer seja financeiro e material como no começo do século, existencial como nos anos 60, no renascimento trazendo a luz após 500 anos de escuridão na idade média, apenas uma crise política, crise no campo da fé na reforma e contra reforma, crise existencial e humana após o Dia D da segunda guerra mundial.
Mas, a crise é nos valores humanos e não apenas financeiros ou materiais, mas atinge todos os setores da sociedade, família, escola, política, ética, moral, humano, animal, ecológico, fé, dignidade. E se observarmos bem nunca o mundo esteve tão mergulhado na escuridão.
O que é estar numa crise? Nós temos uma crise quando o modelo antigo não serve mais, porém não existe um modelo pronto para substituí-lo.
Alan Kardec perguntando aos espíritos num dado momento: Por que analisando ao longo da história apenas do ponto de vista moral estamos progredindo apenas na parte material? Respondendo a esta pergunta de Kardec os espíritos falam que ele está enganado e que também a humanidade está progredindo no âmbito espiritual.
“Às vezes é necessário que o mal chegue ao extremo, para que o homem necessite do bem e das reformas.”
Em meio a tanto caos, tantos desalinhamentos humanos, por que uns se deprimem, outros se suicidam e outros conseguem criar competências de forma mais saudável para todas estas questões que são vividas?
Há muitas pesquisas em relação a esta questão principalmente na psicológica graças à contribuição de Freud e outros psicólogos. Onde observaram que 40% chegam a um equilíbrio satisfatório após medicamentos e terapia. Porém, o restante dos 60% não explicam a sua origem.
Como construir competências com as vulnerabilidades mentais humanas? Seria o QI, seria o ambiente que foi criado, a cultura, o gênero, orientações sexuais, genes, classe social? Nada disso explicou, pertencendo apenas 40% do seu porcentual e aonde se encontra os 60% restantes desta competência?
Todos os seres humanos já nascem com algo diferente, algo a mais de uma pessoa para outra, e este algo a mais são suas experiências reencarnatórias.
Onde através destas experiências a alma criou resiliência em relação a fatos desagradáveis e muito desafiadores, e no final de tanta dor e angústia ele conseguiu transcender e transformar sua dor.
Hoje, as pessoas querem rapidez e soluções imediatas para sua angústia, sua dor, sua doença, sua decepção, sua perda, sua tristeza, não querem ficar triste ou se sentir culpado se dopando com cápsulas, drogas na ânsia de melhorarem de forma instantânea.
Respeitar o fluir da vida é fundamental, ou seja, entender que hora estamos luz, ora com sombras incômodas, procurar entender a dor da perda, entender aquela doença, o que ela está te ensinando, entender os ciúmes, o que precisa ser modificado em nossa vida!
Mas, os indivíduos que procuram o suicídio são aqueles que focaram apenas em seus erros, não se perdoaram e muito menos perdoaram os outros. Porém, precisam se focar naquilo que precisa ser mudado e não naquilo que foi feito.
A compreensão da Constelação Familiar em relação ao suicídio vai além do ato de tentar tirar a própria vida. Segundo Bert Hellinger, a questão está relacionada a uma energia que existe em torno do Sistema Familiar e quando há um histórico na família, a tendência é se repetir. Isso vale para suicídio, mas também para outras coisas como aborto, doença, divórcio, dificuldade financeira e outras questões que possam ter feito parte da vida de nossos ancestrais. Em vida, estamos vinculados às pessoas de nosso passado que já morreram, como avós e bisavós. A forma como essas pessoas conduziram suas vidas e fizeram suas escolhas acabam interferindo em nossas ações.
O que acontece é que o indivíduo que tenta o suicídio se identifica com questões de outras pessoas que estiveram na família antes. E o sistema, segundo a Lei do Pertencimento que inclui “tudo e todos como são”, por sua vez, busca reintegrar os excluídos de volta ao sistema. Ou seja, rola uma identificação mútua e uma troca de energia tão grande entre esse núcleo familiar, que as histórias acabam se repetindo.
O processo de constelação existe para que essa repetição de padrão tão nociva e inconsciente seja destruída e cada pessoa possa construir o próprio destino, sem interferências de energias antepassadas e livres para serem o que são!
Para transformar um vaso novo é preciso quebrar o vaso velho, transformar em barro de novo, para que se possa novamente ser modelado. Não há outra solução a não ser se permitir quebrar padrões e leis sistêmicas.
Como perceber que um indivíduo está indo para um possível suicídio?
1 – Pensamentos
Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;
2 – Humor
Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento;
3 – Avisos
Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque ajuda;
4 – Melhora súbita
Geralmente a ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a pessoa está no fundo do poço. A felicidade súbita pode ser um sinal de que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar a própria vida. Caso você perceba uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente;
5 – Desapego
Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;
6 – Irresponsabilidade
Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida à própria vida;
7 – Mudança na rotina
Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.
O apoio de um ente querido também é de muita ajuda. Converse, escute com paciência, sem julgamentos.
De qualquer forma, procurar ajuda se torna fundamental para o processo de cura, terapia integrativa, psicólogos, espiritualidade, CVV, profissionais especializados.
Por Suzy Reigado Ferreira
terapeuta integrativa
Artigo de opinião