Reabilitação deve ser prioridade no cuidado à demência, aponta relatório global
Relatório Mundial de Alzheimer 2025 destaca terapias não farmacológicas para preservar autonomia e qualidade de vida
O Relatório Mundial de Alzheimer 2025, divulgado pela Alzheimer’s Disease International (ADI) em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), reforça a importância da reabilitação como pilar central no cuidado das pessoas que vivem com demência. O documento, lançado durante a campanha Setembro Lilás, destaca que as terapias não farmacológicas são fundamentais para preservar a autonomia, reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
A reabilitação em demência é entendida como um processo colaborativo entre a pessoa afetada, sua família e uma equipe multidisciplinar, com foco em manter a participação nas atividades cotidianas que são importantes para o indivíduo. Segundo o relatório, essa abordagem deve ser personalizada e desenvolvida em parceria, ou seja, “fazer com” e não “fazer por” quem vive com a condição. O processo começa com uma avaliação detalhada das capacidades cognitivas e funcionais, seguida da definição de objetivos alinhados às necessidades e desejos da pessoa, que são monitorados e ajustados continuamente.
No Brasil, iniciativas como o Programa de Extensão em Psiquiatria e Psicologia da Pessoa Idosa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Não Me Esqueças, em Londrina (PR), são exemplos de práticas eficazes que oferecem terapias colaborativas e de baixo custo. O programa da UFMG, com oito anos de atuação, inclui psicoterapia, estimulação cognitiva e grupos de apoio para idosos e familiares, resultando em ganhos significativos de autonomia e engajamento social para os participantes. Já o Instituto Não Me Esqueças oferece oficinas gratuitas de estimulação psicossocial e musicoterapia, beneficiando atualmente cerca de 130 famílias.
A presidente da Febraz, Elaine Mateus, destaca que “a ciência confirma aquilo que a prática já mostrava: é possível manter habilidades, ampliar a autonomia e reduzir o estresse, com recursos simples e apoio adequado”. Apesar do reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da ONU sobre a reabilitação como um direito essencial, essa abordagem ainda não é rotina no Brasil, o que reforça a necessidade de sua incorporação nas políticas públicas.
Além dos benefícios diretos para as pessoas com demência e seus cuidadores, o relatório alerta para o impacto econômico da condição, estimando que os custos globais podem chegar a US$ 2,8 trilhões até 2030. Investir em reabilitação qualificada pode otimizar o uso dos recursos disponíveis e melhorar a eficiência do cuidado.
O Relatório Mundial de Alzheimer 2025 está disponível no site da ADI e contou com a participação de especialistas brasileiros, como a coordenadora do Serviço de Geriatria e Gerontologia do Hospital das Clínicas da UFMG, Aparecida Bicalho. A iniciativa reforça a urgência de colocar a reabilitação no centro do cuidado em demência, promovendo uma vida mais digna e ativa para milhões de pessoas e suas famílias.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Alzheimer’s Disease International e Febraz.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA