Setembro Amarelo e a Comunicação Não Violenta: Construindo Relações Saudáveis no Trabalho
Como a CNV pode transformar ambientes corporativos, promovendo saúde mental e produtividade
A cada setembro, o Brasil se mobiliza para discutir saúde mental e prevenção do suicídio. Mais do que uma campanha de conscientização, o Setembro Amarelo se tornou um convite para refletir sobre a qualidade das nossas relações e conversas. Estudos, como o realizado por Harvard sobre felicidade, que acompanhou milhares de pessoas ao longo de 80 anos, mostram que o principal fator de bem-estar não é dinheiro nem status, mas a qualidade dos vínculos que cultivamos.
Em paralelo, pesquisa da Harvard Business Review aponta que quase 70% dos gestores não sabem se comunicar efetivamente com suas equipes. Ao trabalhar esses fatores dentro da empresa, implementando, por exemplo, uma cultura de feedback, a produtividade dos colaboradores pode aumentar até 25%, enquanto uma alta conectividade interpessoal gera mais de 20% de lucro, segundo dados da pesquisa da Everyone Social.
O desenvolvimento dessas habilidades vai muito além da produtividade. Em um contexto em que o isolamento social e a solidão são considerados problemas de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde, práticas como a Comunicação Não Violenta (CNV) têm potencial de funcionar como barreira protetiva. Ao ajudar colaboradores a transformar incômodos em pedidos claros, escutar de forma ativa e se preparar emocionalmente para diálogos desafiadores, as empresas reduzem riscos de conflitos internos e promovem maior engajamento, confiança e senso de pertencimento.
Quando falamos em prevenção, muitas vezes pensamos apenas em evitar acidentes ou crises. Mas prevenir riscos também significa cuidar das relações para que o ambiente de trabalho não adoeça. A Comunicação Não Violenta é um dos caminhos mais eficazes para isso, pois cria espaço para conversas seguras, onde as pessoas podem se expressar sem medo e se sentir ouvidas.
O tema precisa ser encarado como prioridade estratégica. O Setembro Amarelo nos lembra que cuidar da saúde mental passa por cuidar das relações. A CNV não é apenas uma ferramenta para evitar conflitos, mas um exercício diário de conexão verdadeira. Escutar com qualidade mesmo quando discordamos e expressar nossas necessidades sem transformar a conversa em um jogo de culpa é um ato de prevenção de riscos pessoais e organizacionais. Quanto mais cultivarmos relações de qualidade, mais fortalecemos a saúde mental coletiva.
Por Tarso Oliveira
assessor de imprensa
Artigo de opinião