Exposição em Vitória destaca a influência das línguas africanas na cultura brasileira
“Línguas africanas que fazem o Brasil” celebra a herança africana na linguagem e arte nacional
A exposição “Línguas africanas que fazem o Brasil” está em cartaz no Espaço Cultural Palácio Anchieta, em Vitória, Espírito Santo, até 14 de dezembro de 2025. Esta mostra, que é a primeira itinerância do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo em outro estado, celebra a profunda influência das línguas africanas na formação da linguagem e cultura brasileiras. Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, a exposição oferece uma experiência estética e poética que revela como o iorubá, eve-fom e bantu se manifestam no português falado no Brasil, por meio de palavras, sons, símbolos e obras de arte.
A mostra convida o público a refletir sobre palavras de origem africana que usamos cotidianamente, como “bunda”, “dendê”, “marimbondo” e “caçula”, apresentadas em grandes estruturas de madeira que elevam a linguagem ao status de arte. Além disso, a itinerância no Espírito Santo incorpora a produção de artistas locais como Castiel Vitorino Brasileiro, Natan Dias e Jaíne Muniz, ampliando o diálogo entre a herança africana e a contemporaneidade.
Entre as obras destacadas estão a peça monumental de J. Cunha, que vestiu o bloco afro Ilê Aiyê no carnaval de 1996, as instalações audiovisuais de Aline Motta que exploram grafias centro-africanas, e as esculturas metálicas de Rebeca Carapiá, inspiradas em frequências afrocentradas. A exposição também traz projeções sobre o conceito de “pretuguês” de Lélia Gonzalez, além de elementos culturais como búzios, turbantes, tambores e adinkras, símbolos visuais do povo Ashanti que atravessaram o Atlântico.
Segundo Tiganá Santana, “A arte é um idioma que conecta o que foi silenciado ao que insiste em sobreviver. Essa exposição é, ao mesmo tempo, celebração e tradução de um Brasil profundamente negro, de um povo que têm participação decisiva na configuração do português que falamos, seja no vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases.” Ele lembra que esse legado é fruto da presença de cerca de 4,8 milhões de africanos trazidos ao Brasil entre os séculos 16 e 19 durante o regime escravocrata, cuja influência é sentida também na música, arquitetura, festas populares e rituais religiosos.
A mostra, que já recebeu o Prêmio IABsp de Expografia em São Paulo, é uma iniciativa do Instituto Cultural Vale e do Museu Vale, com concepção do Museu da Língua Portuguesa e apoio do Governo do Espírito Santo. A entrada é gratuita e a classificação é livre, tornando-se uma oportunidade imperdível para conhecer e valorizar a riqueza da herança africana na cultura brasileira.
Serviço:
Visitação: 10 de setembro a 14 de dezembro de 2025
Horários: Terça a sexta, das 8h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h
Local: Palácio Anchieta, Vitória (ES)
Curadoria: Tiganá Santana
Classificação: Livre
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa da exposição.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



