Por que investir em cursos para gestantes é essencial para mães modernas
Informação de qualidade e apoio familiar transformam a experiência da gravidez e do pós-parto
Na novela Vale Tudo, Solange Duprat enfrenta uma lista interminável de cursos para gestantes enquanto se prepara para a chegada dos gêmeos. Entre dúvidas e piadas — “Pelas minhas contas, a gravidez vai ter que durar uns dois anos para eu aprender tudo isso!” — a personagem retrata um dilema muito real: afinal, quais aulas realmente fazem diferença nesse momento tão especial?
Para Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação, os cursos de gestante não são moda, mas sim uma forma de trazer informação de qualidade, quebrar mitos e dar mais confiança para a mãe e toda a família.
“Os cursos trazem segurança, porque o desconhecido gera insegurança. Quando falamos em cuidar de um bebê recém-nascido, tudo parece grande e complexo. Mas quando explicamos passo a passo, desde como trocar uma fralda, limpar o coto umbilical até como colocar o bebê para arrotar, tudo se torna mais acessível. Isso gera confiança e autonomia”, explica.
Como os cursos ajudam a reduzir medo e ansiedade
Os cursos detalham cada etapa do cuidado com o bebê e do trabalho de parto, abordando o que é considerado normal e o que exige atenção especial.
“Ao instruir as mães sobre o que esperar nos primeiros dias com o bebê, sobre a amamentação e sobre os sinais de alerta, promovemos autonomia e confiança. A mulher passa a ser dona da sua própria história e consegue avaliar se algo está dentro do esperado ou se precisa de ajuda naquele momento”, destaca.
Benefícios comprovados para saúde materna e neonatal
Os cursos também impactam diretamente na saúde da mãe e do bebê.
“Pesquisas mostram que gestantes que participam de cursos têm menos intervenções desnecessárias no parto, amamentam por mais tempo e apresentam menos sintomas de depressão e ansiedade no pós-parto. Além disso, sentem mais segurança para cuidar do bebê e têm menos dúvidas, o que favorece toda a família”, afirma Cinthia.
Educação prática que vai além da gestante
Os cursos não são voltados apenas para a mãe; quando parceiros e familiares participam, o impacto é ainda maior.
“O pai não vai amamentar, mas pode apoiar, acolher e dividir responsabilidades. Isso diminui a sobrecarga materna e fortalece o vínculo com o bebê desde cedo”, reforça.
O curso complementa, mas não substitui o pré-natal
Embora os cursos ofereçam informação prática e acolhimento, eles não substituem o pré-natal. Funcionam como complemento, tornando a chegada do bebê um momento mais leve, consciente e positivo, mas devem sempre andar ao lado das consultas e exames médicos.
Quando e como fazer
O ideal é iniciar os cursos no segundo trimestre, dividindo os conteúdos ao longo da gravidez para facilitar a assimilação. Há opções pagas, entre R$ 90 e R$ 1.200, e gratuitas, oferecidas por hospitais, maternidades e ONGs.
“Os cursos são um investimento na segurança emocional da mãe e na saúde do bebê, ajudando a transformar a gestação e o puerpério em experiências mais positivas e conscientes”, conclui Cinthia.
Por Cinthia Calsinski
enfermeira obstetra, consultora internacional de lactação certificada pelo IBCLC, consultora do sono materno-infantil pelo International Parenting and Health Institute, educadora parental pela Positive Discipline Association
Artigo de opinião