A Importância da Terapia e do Autoconhecimento para a Saúde Mental

Reflexões Positivas destacam o papel do autoconhecimento e da terapia no equilíbrio emocional, especialmente durante o Setembro Amarelo

Em abril de 2020, no auge da pandemia, a psicanalista Andrea Ladislau criou o grupo Reflexões Positivas no WhatsApp pensando em atingir, com mensagens sobre saúde e equilíbrio mental e físico, pessoas que, naquele momento angustiante, estavam presas dentro de casa, isoladas por um vírus invisível que causava insegurança, medo e gatilhos emocionais negativos.

O grupo é fechado e gratuito no WhatsApp, e Andrea contabiliza que, desde sua criação, já são mais de mil pessoas impactadas que recebem, diariamente, uma mensagem, um texto reflexivo, sobre algum tema relacionado à saúde mental.

“O objetivo principal é levar às pessoas que estão no grupo a oportunidade de refletir sobre alguma situação cotidiana que tenha relação com questões emocionais, sempre provocando a crítica, o pensamento e, principalmente, o autoconhecimento. Que essa pessoa reflita sobre sua vida e possa se ver naquela reflexão e buscar suas próprias respostas”, conta Andrea.

A psicanalista complementa que não adianta somente falar de saúde mental, divulgar posts e mensagens no Setembro Amarelo, uma vez ao ano. Segundo ela, é preciso contribuir de alguma forma para levar o acolhimento, a informação e, principalmente, ferramentas possíveis para que as pessoas possam se autoconhecer, desmistificar o tabu em relação à saúde mental e olhar para dentro de si, conseguindo, assim, encontrar suas próprias respostas.

“E o grupo é uma dessas ferramentas possíveis, que sem a pretensão de fazer terapia consegue proporcionar aos seus participantes um ambiente silencioso, reflexivo e rico em informação útil para auxiliar no equilíbrio emocional e na busca por uma vida mais leve e consciente”, explica.

Terapia é fundamental

A psicanalista lembra que, em especial no mês do Setembro Amarelo, dedicado à prevenção ao suicídio, em nenhum momento a ideia do grupo é substituir a terapia, pois ele não invalida e não substitui, em nenhuma hipótese, a necessidade de buscar ajuda de um profissional de saúde mental.

“Terapia é fundamental e todos precisam fazer, mas o grupo é uma ferramenta facilitadora para ajudar a pensar sobre fatos pessoais e cotidianos que geram desconforto e nem sempre conseguimos nos posicionar ou compreender nossos sentimentos em relação a eles”, explica Andrea.

“Saúde mental é a mola mestra da evolução humana, pois o indivíduo precisa se perceber de forma integrativa, mente e corpo, e cuidar de suas emoções de forma a enxergar o sentido da vida. Aprender a dizer ‘não’, aprender a se expressar e a lidar com suas inconstâncias, além de fortalecer suas habilidades”, afirma.

A especialista ainda complementa que é por meio da terapia que podemos esvaziar emoções destrutivas e intensificar as que potencializam a consciência positiva e o entendimento humano. Ou seja, segundo ela, deve-se cada vez mais falar sobre o tema, para desmistificar o preconceito e encorajar as pessoas a se cuidarem e construírem relações pessoais e interpessoais mais saudáveis e equilibradas.

Desse modo, Andrea diz que o grupo é muito importante e tem sido um grande facilitador para ajudar as pessoas, as que fazem ou as que não fazem terapia, a entender melhor a linguagem, ainda tão desconhecida por muitos, da mente humana.

“Ele propicia o desenvolvimento de um senso crítico mais apurado, voltado para as relações humanas, o entendimento do ‘eu’ e a compreensão do sujeito no mundo em que ele está inserido, ajudando a enxergar suas forças, suas fraquezas, suas limitações e suas habilidades. Isto orienta o olhar para a identificação de um propósito e um foco na vida, sempre em equilíbrio da saúde física e mental”, diz.

Sobre o sucesso do Reflexões Positivas, Andrea Ladislau acredita que seja por ser silencioso e por permitir que a percepção e o entendimento da reflexão recebida naquele dia seja totalmente pessoal, tocando as experiências e as emoções de cada um, sem a interferência ou o julgamento alheio.

“A pessoa lê, reflete sobre o tema, encontra relação de sua vida com o que está exposto e constrói narrativas próprias para desenvolver e encontrar seu próprio equilíbrio e inteligência emocional. O grupo e seu sucesso é apenas mais um lembrete de que devemos estar atentos o ano todo à saúde mental, e não apenas durante a campanha do Setembro Amarelo”, finaliza.

A

Por Andrea Ladislau

Psicanalista, autora do grupo Reflexões Positivas

Artigo de opinião

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