Dor nas articulações pode ser gota: entenda a doença séria e como tratar

Gota é uma condição inflamatória comum e tratável que vai além da alimentação, envolvendo fatores genéticos e metabólicos

A dor nas articulações pode ser um sinal de gota, uma doença inflamatória séria, mas tratável, que afeta milhões de pessoas. Dados da assessoria de imprensa da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) mostram que a gota é uma das formas mais comuns de artrite inflamatória em adultos e que sua incidência está aumentando no Brasil, atingindo entre 1 a 2% da população, número que pode ser ainda maior devido a casos subdiagnosticados.

Ao contrário do que muitos pensam, a gota não está ligada apenas à alimentação. Conforme explica a Dra. Renata Rosa, reumatologista do Hospital do Servidor Público Estadual e membro da SPR e da Comissão de Gota da Sociedade Brasileira de Reumatologia, “a gota não é causada só pela ingestão de carne ou bebida alcoólica. A produção e a excreção do ácido úrico envolvem mecanismos metabólicos muitas vezes alterados em pessoas com histórico familiar ou com outras condições associadas”.

A doença ocorre quando há excesso de ácido úrico no sangue, condição chamada hiperuricemia, que leva à formação de cristais que se depositam nas articulações, provocando inflamação. As crises costumam afetar principalmente o dedão do pé, tornozelos e joelhos, causando dor súbita, vermelhidão, inchaço e sensação de calor local. A dor é intensa, a ponto de muitos pacientes relatarem não conseguir suportar nem o peso de um lençol sobre a articulação afetada, o que impacta diretamente a qualidade de vida.

Historicamente conhecida como “Doença dos Reis” por sua associação com a nobreza medieval, a gota hoje afeta diferentes grupos, sendo mais comum em homens entre 40 e 50 anos e em mulheres após a menopausa. O aumento da expectativa de vida, aliado a hábitos como má alimentação, sedentarismo e obesidade, contribui para o crescimento dos casos. Além disso, fatores como hipertensão, diabetes, insuficiência renal e uso frequente de diuréticos também elevam o risco.

Sem tratamento adequado, a gota pode evoluir para a formação dos “tofos gotosos”, nódulos dolorosos que deformam as articulações e comprometem a mobilidade. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado por exames laboratoriais, de imagem ou pela análise do líquido sinovial. Atualmente, muitos laboratórios já informam os níveis de ácido úrico nos resultados, facilitando o acompanhamento.

Durante as crises, o foco do tratamento é aliviar a dor e a inflamação. No controle a longo prazo, o objetivo principal é manter o ácido úrico em níveis seguros, abaixo de 6 mg/dL, para prevenir novas crises e proteger as articulações de danos irreversíveis. “A adesão ao tratamento contínuo é fundamental. Verificar regularmente os níveis de ácido úrico e mantê-los ≤ 6 mg/dL é a forma mais segura de prevenir novas crises e proteger as articulações de danos irreversíveis”, reforça a Dra. Renata Rosa.

Para prevenir a gota, pequenas mudanças no estilo de vida são importantes: manter o peso adequado, hidratar-se bem, reduzir o consumo de alimentos ricos em purinas, evitar bebidas adoçadas e controlar doenças associadas. Embora seja uma condição crônica, a gota tem tratamento eficaz e, com acompanhamento médico, é possível viver sem crises e com qualidade de vida.

Desmistificar a gota é essencial para que a doença seja compreendida como um desequilíbrio metabólico que pode ser controlado, e não apenas resultado de maus hábitos alimentares. O conhecimento e o cuidado médico são as melhores armas para quem convive com essa condição.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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