Como a Liderança Emocional Pode Reduzir a Rotatividade e Salvar Milhões nas Empresas Brasileiras

Investir em líderes com inteligência emocional é a chave para reter talentos, melhorar o clima organizacional e evitar prejuízos financeiros significativos.

O Brasil enfrenta um desafio persistente na gestão de pessoas: a alta rotatividade de profissionais. Segundo dados da Robert Half com base no Caged, a taxa de turnover no país cresceu 56% em 2024 em relação ao período pré-pandemia, colocando o Brasil no topo do ranking global. Em setores como serviços e varejo, o índice ultrapassa 80%, de acordo com levantamentos da PME News.

O impacto no caixa das empresas é significativo. Estudos da Society for Human Resource Management (SHRM) indicam que substituir um colaborador pode custar entre 50% e 200% do salário anual. No cenário brasileiro, uma posição com remuneração de R$120 mil ao ano pode gerar um custo estimado de R$ 81,5 mil apenas com o processo de reposição, segundo cálculos da BGC Brasil. Esses valores consideram despesas com recrutamento, treinamento, integração e a queda de produtividade durante a transição.

Além do prejuízo financeiro, a instabilidade afeta o clima organizacional. Dados do Gallup apontam que 42% dos profissionais que pedem demissão acreditam que a decisão poderia ter sido revertida com mudanças internas, e muitos relatam não ter tido conversas relevantes com seus gestores nos meses anteriores à saída.

Para a psicóloga e empresária Fernanda Tochetto, especialista em performance emocional e fundadora do Tittanium Club, a solução passa pela formação de líderes capazes de aliar resultados à gestão equilibrada de equipes. “Treinar líderes não apenas nos processos técnicos, mas na gestão comportamental sob pressão, reduz impactos na rotatividade e fortalece a resiliência da equipe. Isso não é intuição, é método”, afirma.

Segundo uma reportagem da Exame, constata-se que equipes lideradas com inteligência emocional têm até quatro vezes mais chances de reter talentos. Para Tochetto, investir nessa competência implica desenvolver autoconsciência, empatia, autorregulação e comunicação assertiva, pilares que favorecem tanto o desempenho quanto a retenção. “Um líder emocionalmente preparado detecta sinais de insatisfação antes que virem pedidos de demissão e cria um ambiente onde as pessoas querem permanecer”, reforça.

O retorno do investimento pode ser mensurado: ao reduzir a rotatividade, as empresas evitam custos de substituição, preservam conhecimento acumulado e mantêm a produtividade estável. Além disso, pesquisas da Fundação Getúlio Vargas mostram que empresas reconhecidas como “Melhores para Trabalhar” registram resultados financeiros até 170% superiores ao Ibovespa no longo prazo, evidenciando a correlação entre clima saudável e desempenho.

Para Tochetto, o momento exige que as empresas adotem diagnósticos emocionais na liderança, estruturem programas contínuos de desenvolvimento comportamental e monitorem indicadores de retenção e engajamento. “Liderança emocional não é apenas um diferencial competitivo, é uma necessidade estratégica para sustentar resultados em um mercado instável”, conclui.

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Por Fernanda Tochetto

Psicóloga, empresária, autora best-seller, especialista em performance emocional, fundadora do Tittanium Club, cofundadora da Mentoring League Society (MLS), com mais de 24 anos de experiência em educação empresarial.

Artigo de opinião

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