O Verdadeiro Problema do Consumo de Leite: Processamento e Aditivos

Entenda como o leite, um alimento tradicionalmente nutritivo, tem sido comprometido pelo processamento industrial e o que isso significa para a saúde

Nos últimos anos, o leite vem ganhando destaque negativo, sendo taxado como vilão para muitos, mesmo entre aqueles que não têm intolerância diagnosticada. O desconforto após o consumo da bebida e seus derivados, como inchaço, alergias e má digestão, pode acabar levando muita gente a cortar alguns alimentos da dieta por conta própria. Mas será que o problema está realmente no leite em si ou na forma como ele chega no mercado atualmente?

Por séculos, o leite de vaca foi reconhecido como um dos alimentos mais completos da humanidade: fonte de cálcio, proteínas de alto valor biológico e energia. Ele sempre fez parte de hábitos alimentares, tradições e culturas, como um símbolo de nutrição. No entanto, ao analisar os rótulos dos produtos que encontramos nas prateleiras atualmente, podemos observar que a quantidade de químicos adicionados ao leite vem tornando-o cada vez menos aconselhado para consumo.

O que antes era um alimento fresco e íntegro, hoje, muitas vezes, vem de vacas submetidas a hormônios e antibióticos, passa por processos de homogeneização e pasteurização em alta temperatura — que desnaturam proteínas e dificultam a absorção do cálcio — e ainda recebe aditivos químicos para conservação e padronização. “O leite em si nunca foi o problema. O que deve ser questionado é a forma como ele chega ao consumidor atualmente”, explica o médico Fábio Gabas, fundador da HMetrix, empresa especializada em predição, prevenção e promoção de saúde integral.

Esse contraste ajuda a entender por que países que lideram o consumo de laticínios industrializados também registram altas taxas de osteoporose. Ou seja, não é a ausência de cálcio, mas a baixa biodisponibilidade causada pelo processamento que compromete os benefícios do leite.

Fábio ressalta que isso não significa eliminar o leite da dieta. “Hoje, há boas alternativas disponíveis, como os leites vegetais de aveia, amêndoas, coco e castanhas. Já para quem prefere o leite animal, as versões orgânicas e de pequenos produtores, com menor intervenção industrial, são opções que preservam mais a essência do alimento”, destaca.

Mais do que falar em intolerância à lactose ou moda alimentar, a reflexão é sobre a qualidade do alimento que estamos ingerindo. O leite verdadeiro sempre foi um aliado da saúde. “O desafio agora é resgatar essa essência, optando por versões menos processadas e conscientes, capazes de devolver ao alimento o papel que sempre teve: nutrir e fortalecer”, finaliza o médico integrativo.

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Por Fábio Gabas

médico, fundador da HMetrix, empresa especializada em predição, prevenção e promoção de saúde integral, médico integrativo

Artigo de opinião

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