Desigualdade regional no Brasil eleva riscos no tratamento do câncer infantojuvenil

Setembro Dourado destaca a urgência de políticas públicas para garantir acesso equitativo e qualidade no cuidado infantil

O Setembro Dourado, mês dedicado à conscientização sobre o câncer infantojuvenil, traz à tona um problema grave no Brasil: a desigualdade regional no acesso ao tratamento especializado para crianças e adolescentes com câncer. Dados recentes do Panorama da Oncologia Pediátrica, divulgados pelo Instituto Desiderata, revelam que a distribuição dos hospitais habilitados para oncologia pediátrica é extremamente desigual, comprometendo o diagnóstico precoce e a qualidade do cuidado, o que impacta diretamente as chances de cura.

Atualmente, o país possui 77 hospitais habilitados para o tratamento do câncer infantojuvenil e 66 para hematologia, mas a concentração desses serviços é maior nas regiões Sul e Sudeste. Por exemplo, a Região Norte, com mais de 6,5 milhões de crianças e adolescentes, conta com apenas três hospitais habilitados, o que equivale a 0,5 serviço por milhão de habitantes infantojuvenis — quatro vezes menos do que a Região Sul, que possui 2,3 serviços por milhão. Essa disparidade reflete-se nas taxas de mortalidade: o Norte registra 47,5 mortes por milhão, enquanto o Sul apresenta uma taxa menor, de 39,4 por milhão.

Outras regiões também enfrentam desafios. O Nordeste, apesar de ter 16 hospitais habilitados, ainda não alcança a cobertura ideal para sua população de quase 17 milhões de crianças e adolescentes, com uma taxa de mortalidade de 44,5 por milhão. O Centro-Oeste, com cinco serviços habilitados, apresenta taxa de mortalidade de 43,6 por milhão. O caso mais crítico é o do Acre, que não possui nenhum hospital habilitado em oncologia pediátrica e registra a maior taxa de mortalidade, 54,7 por milhão.

Além da insuficiência de serviços, outro problema preocupante é o atendimento fora da rede especializada. Entre 2017 e 2021, cerca de 20,4% dos casos em menores de 1 ano foram tratados em hospitais não habilitados, percentual que chega a 40,5% nas regiões Norte e Nordeste. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, 36,7% receberam atendimento fora dos centros especializados, chegando a mais da metade no Centro-Oeste. Segundo Carolina Motta, gerente de Oncologia do Instituto Desiderata, “quando o tratamento ocorre fora de unidades habilitadas, aumentam os riscos de falhas no diagnóstico, atrasos nos protocolos terapêuticos e piora nos prognósticos”.

Para enfrentar essas desigualdades, o Instituto Desiderata promove o 7º Fórum de Oncologia Pediátrica, nos dias 24 e 25 de setembro de 2025, em Brasília. O evento reunirá especialistas, gestores públicos e representantes da sociedade civil para debater estratégias que fortaleçam a rede de atenção ao câncer infantojuvenil, buscando garantir um cuidado mais ágil, efetivo e humanizado em todo o país. O tema central do fórum é “Fortalecimento da Rede de Atenção ao Câncer Infantojuvenil nos estados brasileiros”, com foco na superação das desigualdades sociais, étnico-raciais e regionais.

A Organização Mundial da Saúde recomenda uma proporção mínima de serviços especializados por milhão de crianças e adolescentes, parâmetro que o Brasil ainda não alcançou em várias regiões. A gerente do Instituto Desiderata reforça que “se o diagnóstico for precoce, as chances de cura podem chegar a 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença”. Assim, garantir equidade no acesso e qualidade no atendimento é fundamental para salvar vidas e assegurar o direito ao cuidado digno para todos os jovens brasileiros.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Desiderata, reforçando a importância de políticas públicas mais justas e eficazes no combate ao câncer infantojuvenil no Brasil.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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