Pesquisa inédita destaca diversidade e avanços no tratamento da insuficiência cardíaca no Brasil

Estudo brasileiro com 50% de mulheres e 60% de participantes negros, pardos e indígenas revela eficácia de técnicas inovadoras na ressincronização cardíaca

Um estudo brasileiro inovador trouxe avanços significativos para o tratamento da insuficiência cardíaca, uma condição que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. O PhysioSync-HF, conduzido por pesquisadores do Hospital Moinhos de Vento, é o maior estudo do tipo no mundo e se destaca pela representatividade: pela primeira vez, contou com 50% de mulheres e 60% de participantes negros, pardos e indígenas.

A insuficiência cardíaca é caracterizada pela perda da sincronia dos batimentos do coração, dificultando o bombeamento eficaz do sangue. Para pacientes que não respondem bem à terapia medicamentosa convencional, a terapia de ressincronização cardíaca é indicada. O estudo comparou a técnica tradicional, que conecta eletrodos em ambos os lados do coração, com uma abordagem inovadora chamada estimulação fisiológica, que insere o eletrodo diretamente no local do bloqueio elétrico, respeitando a ativação natural do órgão.

Durante 12 meses, 173 pacientes foram acompanhados e os resultados mostraram que a técnica biventricular proporcionou melhora superior da função cardíaca e redução de internações. No entanto, a técnica fisiológica se mostrou uma alternativa economicamente mais acessível, com uma redução de aproximadamente R$ 17 mil por paciente no período do estudo. Ambas as técnicas beneficiaram os pacientes, promovendo melhora da capacidade física e qualidade de vida.

A pesquisa foi realizada em 14 cidades de todas as regiões do Brasil, incluindo pacientes em terapia médica otimizada tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quanto pela rede particular. A diversidade racial e social dos participantes reflete a realidade brasileira, importante para garantir que os dados sejam aplicáveis ao contexto local. Segundo Carisi Anne Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento, “é fundamental que a ciência nacional produza dados que reflitam a nossa população, com suas características genéticas e sociais, para que os tratamentos sejam realmente eficazes”.

Além disso, o estudo trouxe à tona particularidades da cardiologia brasileira, como a inclusão de pacientes com doença de Chagas, e ressaltou desafios regionais, especialmente no Norte e Nordeste, onde o acesso ao tratamento especializado é mais limitado. O estudo reforça a necessidade de adaptar procedimentos médicos à realidade local, ao invés de simplesmente replicar evidências de países desenvolvidos.

Apresentados no Congresso Europeu e Mundial de Cardiologia em Madri, os resultados do PhysioSync-HF representam um marco para o SUS, fornecendo evidências científicas nacionais para otimizar recursos e ampliar o acesso a tratamentos eficazes. Segundo André Zimerman, cardiologista e pesquisador do estudo, “esse estudo fornece informações relevantes para a tomada de decisão médica que podem beneficiar diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS), considerando tanto a eficácia clínica quanto o impacto econômico dos tratamentos”.

Este avanço reforça a importância de pesquisas clínicas brasileiras que valorizem a diversidade e promovam a inovação, contribuindo para a saúde pública e a medicina personalizada no país. Dados robustos e representativos são essenciais para garantir que as mulheres e grupos racialmente diversos tenham acesso a tratamentos adequados, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas com insuficiência cardíaca.

Conteúdo produzido com dados da assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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