Creatina e saúde bucal: saiba como o consumo pode afetar seus dentes

Entenda os riscos do consumo inadequado de creatina para o esmalte dental e a importância da higiene oral

O consumo de creatina tem crescido significativamente no Brasil e no mundo, acompanhando a popularização dos suplementos alimentares entre atletas e praticantes de atividades físicas. Segundo dados da Grande View Research, o mercado global de suplementos de creatina atingiu 1,1 bilhão de dólares em 2024, evidenciando o impacto dessa substância na rotina de muitas pessoas. No entanto, apesar dos benefícios para o desempenho físico, é importante estar atento aos possíveis efeitos da creatina na saúde bucal, conforme informações da assessoria de imprensa do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

O cirurgião-dentista Dr. Mário Sergio Giorgi, integrante da Câmara Técnica de Dentística do CROSP, esclarece que a creatina em si não é corrosiva nem ácida e, quando consumida corretamente — diluída em água ou suco — não danifica diretamente o esmalte dos dentes. Porém, o problema surge quando a creatina é ingerida “a seco”, prática conhecida como “dry scooping”, que consiste em consumir o pó diretamente do scoop, sem diluição. Essa forma de consumo pode fazer com que o pó adira ao esmalte, alterando o microbioma bucal e promovendo a desmineralização do esmalte caso o pH fique ácido. Além disso, o contato direto do pó com os dentes, aliado à fricção, pode agir como um abrasivo físico, causando desgaste irreversível.

A Dra. Elaine Escobar, da Câmara Técnica de Periodontia do CROSP, reforça que o “dry scooping” aumenta a abrasão dentária e destaca que o esmalte perdido não se regenera, tornando o dano permanente. Além disso, essa prática reduz a saliva, dificultando a neutralização do pH bucal e criando um ambiente propício para cáries e inflamações. Queimaduras químicas leves, aftas e risco de engasgo também são efeitos adversos possíveis.

Outro ponto importante é o pH dos suplementos de creatina disponíveis no mercado. A creatina monoidratada, a mais usada, apresenta pH neutro quando dissolvida em água. No entanto, outras formulações, como o citrato de tricreatina e o piruvato de creatina, possuem pHs mais ácidos (3,2 e 2,6, respectivamente), o que pode favorecer a desmineralização do esmalte. Além disso, a presença de açúcares como sacarose e glicose em suplementos de carboidratos consumidos junto com a creatina pode intensificar a produção de ácido pelas bactérias bucais, aumentando o risco de cáries.

Sobre a saúde gengival, ainda são limitadas as evidências científicas sobre o impacto direto da creatina. Algumas pesquisas indicam que a creatina pode ajudar a reduzir inflamações e auxiliar na reparação tecidual, beneficiando a gengiva. Contudo, há preocupações quanto à alteração da microbiota oral e ao aumento do biofilme bacteriano, o que requer estudos mais aprofundados. A especialista Dra. Elaine destaca que a saúde bucal precária em atletas está mais relacionada a fatores como estresse oxidativo, dieta esportiva e higiene bucal inadequada.

Por fim, o Dr. Mário Sergio Giorgi reforça que, embora não haja evidências diretas de benefícios da creatina para a saúde bucal, o suplemento pode contribuir indiretamente para a melhora da resposta inflamatória do organismo, o que pode refletir positivamente na saúde oral. Portanto, é fundamental que os consumidores de creatina mantenham uma rotina rigorosa de higiene bucal, incluindo escovação, uso do fio dental e visitas regulares ao dentista, para preservar a saúde dos dentes e gengivas.

Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa do CROSP, reforçando a importância do consumo consciente e da atenção à saúde bucal para quem utiliza suplementos como a creatina.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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