Psicologia e desastres: os impactos invisíveis que afetam a vida das vítimas
Entenda como a atuação psicológica vai além dos danos materiais para apoiar a recuperação emocional e social
A psicologia desempenha um papel fundamental na compreensão e no suporte às pessoas afetadas por desastres naturais e emergências, indo muito além dos danos materiais visíveis. Essa abordagem foi tema da palestra “A atuação da Psicologia em situações de emergências e desastres”, realizada durante a Semana da Psicologia na Unoeste Guarujá, conforme dados da assessoria de imprensa da instituição.
A psicóloga e mestre Sara Cianelli dos Anjos Bittencourt destacou que, em situações de desastre, a perda da segurança, a interrupção da rotina e o abalo no senso de pertencimento são impactos profundos e muitas vezes invisíveis. “Nenhum desastre é igual, por isso é importante entender o contexto dele para sabermos a abordagem e como isso vai afetar as vítimas”, explicou a especialista.
O trabalho do psicólogo nesses momentos envolve diversas etapas: prevenção, preparação, resposta e recuperação. Além de ações práticas, como ajudar na busca por informações e suprir necessidades básicas, o profissional atua no campo emocional, promovendo escuta ativa, fortalecendo a autonomia e incentivando a expressão dos sentimentos. Sara ressaltou que compreender as perdas simbólicas é essencial para o atendimento: “Quando participamos de mediações em deslizamentos, por exemplo, precisamos entender o que representa aquela casa, aquela rua, aquela história para a pessoa. Isso influencia diretamente em como ela vai lidar com aquela perda.”
Outro ponto importante abordado na palestra foi a humanização do atendimento. A psicóloga reforçou que o papel do profissional é reconhecer a fragilidade das pessoas afetadas e respeitar sua dignidade. “O nosso papel como psicólogo é de identificar a fragilidade da pessoa, entender que ela não está ali por baderna ou algo do tipo, mas por falta de opção melhor. Muitas vezes, não quer perder o senso de pertencimento, a rotina ou o conforto”, destacou.
Além disso, a preparação de profissionais e agentes que atuam diretamente após catástrofes é fundamental para evitar “desastres dentro do desastre” e contribuir para a reconstrução das comunidades. Sara também chamou atenção para o cuidado psicológico desses profissionais, que muitas vezes enfrentam um luto silencioso e não reconhecido socialmente. “Existe a expectativa de que ele esteja sempre preparado, mas a realidade é que ninguém está totalmente imune à dor. Por isso, o cuidado psicológico também precisa ser direcionado a esses profissionais”, concluiu.
Essa reflexão reforça a importância da psicologia como ferramenta essencial para a recuperação emocional e social das vítimas de desastres, mostrando que o verdadeiro impacto vai muito além dos escombros.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA