89% dos brasileiros apoiam programas contra assédio no serviço público, revela Datafolha
Pesquisa inédita mostra forte apoio a políticas de equidade e combate ao assédio no setor público brasileiro
Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha em 2025, a pedido do Movimento Pessoas à Frente, revelou que 89% dos brasileiros consideram importantes os programas de combate ao assédio no setor público. O estudo, que ouviu 2.008 pessoas em diferentes regiões do país, também apontou que 82% dos entrevistados apoiam a reserva de vagas para mulheres, pessoas negras, indígenas e quilombolas em concursos públicos.
Além disso, 80% dos participantes são favoráveis à reserva de vagas para esses grupos em cargos de liderança no serviço público, e 92% apoiam a criação de redes de apoio para servidoras públicas. Esses dados refletem uma visão positiva da sociedade sobre a necessidade de políticas que promovam a equidade e o respeito no ambiente de trabalho público.
Apesar desse apoio, o Brasil enfrenta desafios significativos. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o país ocupa a última posição na América Latina em participação feminina em cargos públicos de liderança. Em 2024, foram registradas mais de 6 mil denúncias de assédio no Executivo Federal, número que pode ser até cinco vezes maior devido à subnotificação, conforme estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Para enfrentar essa realidade, o Movimento Pessoas à Frente, em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil e o Sinditamaraty, elaborou dois anteprojetos de políticas nacionais voltadas para a promoção da equidade e o combate ao assédio no serviço público. As propostas foram entregues à deputada federal Soraya Santos (PL) e buscam regulamentar a presença feminina em cargos de liderança e estabelecer mecanismos claros para prevenir e enfrentar o assédio moral, sexual e a discriminação.
A Política Nacional de Promoção da Equidade para Mulheres no Setor Público propõe metas obrigatórias de paridade nos cargos comissionados, com reserva mínima de 25% para mulheres negras, indígenas, quilombolas ou com deficiência. Também prevê a criação de um Banco Nacional de Talentos Femininos para cargos de liderança, além de medidas para garantir a permanência das mulheres nesses cargos, como flexibilização da jornada e espaços para amamentação.
Já a Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio visa definir claramente os conceitos de assédio moral, sexual, discriminação e assédio organizacional, além de regulamentar o processo de denúncias, garantindo sigilo e proteção contra retaliações. A prevenção é destacada como prioridade, com diretrizes para melhorar o ambiente de trabalho e responsabilizar gestores.
Jessika Moreira, diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, destaca que “o Brasil tem avançado na direção correta em relação à participação das mulheres em cargos de liderança no setor público”, mas reforça que “é urgente que o Brasil conte com políticas públicas robustas, de abrangência nacional, que olhem para a presença feminina no setor público”.
Essas iniciativas representam um passo importante para construir um serviço público mais justo, representativo e seguro para todas as pessoas, especialmente para as mulheres, refletindo a diversidade da sociedade brasileira. Os dados e propostas foram divulgados pela assessoria de imprensa do Movimento Pessoas à Frente, que segue atuando para fortalecer a gestão pública com foco na equidade e no respeito.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA