Parar de fumar após os 60 anos traz benefícios reais para a saúde, alerta SBGG

O tabagismo continua sendo um dos maiores desafios para a saúde pública, especialmente entre os idosos, grupo que enfrenta riscos ainda maiores devido à vulnerabilidade natural do organismo com o avanço da idade. Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que o número de fumantes no Brasil cresceu 25% entre 2023 e 2024, um alerta importante para a população, principalmente para aqueles com mais de 60 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável por cerca de oito milhões de mortes anuais no mundo, sendo mais de 174 mil no Brasil, com 55 mil casos relacionados ao câncer.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) reforça que, apesar dos riscos, parar de fumar em qualquer idade traz benefícios significativos para a saúde. A geriatra Dra. Amanda Santoro Fonseca Bacchin explica que o tabagismo prolongado está associado a uma perda média de expectativa de vida entre oito e 10 anos, além de causar declínio funcional, limitações físicas, dores musculoesqueléticas e maior prevalência de sintomas depressivos e ansiosos. “Esse comprometimento da função física tende a se acentuar com a idade”, destaca.

Para os idosos que começam a fumar após os 60 anos, a carga tabágica costuma ser menor, mas a vulnerabilidade a doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), aumenta devido às comorbidades e à reserva fisiológica reduzida. Ainda assim, a cessação do tabagismo traz benefícios mesmo para pessoas com mais de 80 anos, reduzindo os riscos de infarto, AVC e diversos tipos de câncer.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma das principais consequências do tabagismo e está entre as maiores causas de mortalidade e internação no Brasil. Além disso, o tabaco pode provocar osteoporose, hipertensão, refluxo gastroesofágico, apneia do sono, diabetes, arritmia, depressão e demência. A Dra. Amanda alerta que não importa a forma de consumo — cigarro, cachimbo, charuto, cigarro eletrônico ou narguilé — todos apresentam riscos significativos, embora o cigarro tradicional seja o mais agressivo.

O cigarro eletrônico, cada vez mais popular entre os jovens, causa forte dependência à nicotina e pode prejudicar o desenvolvimento cerebral, além de aumentar o risco de transição para o cigarro convencional. Já o narguilé expõe o usuário a níveis elevados de monóxido de carbono e metais pesados, com potencial tóxico até superior ao do cigarro em algumas situações.

Para quem deseja parar de fumar, a recomendação é buscar programas antitabagismo nas Unidades Básicas de Saúde, onde o acompanhamento multiprofissional e o uso de medicamentos como gomas de nicotina, adesivos, Bupropiona e Vareniclina podem ajudar a reduzir a ansiedade e o vício. Intervenções comportamentais, terapia cognitivo-comportamental, atividades físicas, meditação, mindfulness e alimentação saudável também são aliados importantes.

Os benefícios começam a aparecer rapidamente: após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e a frequência cardíaca já se normalizam; em 12 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue caem; em 48 horas, olfato e paladar melhoram; e entre três e nove meses, a função pulmonar pode aumentar até 30%. Após um ano, o risco de doenças cardiovasculares e AVC diminui significativamente, aproximando-se ao de quem nunca fumou.

Portanto, nunca é tarde para abandonar o tabaco e investir em um envelhecimento mais saudável e digno, conforme reforça a SBGG, que atua para promover o conhecimento e o cuidado especializado na área da geriatria e gerontologia.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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