Jornalismo Cultural em Transformação: Debates Revelam Desafios e Novos Caminhos
Evento em São Paulo reúne especialistas para discutir o futuro da crítica cultural na era digital
Nos dias 14 e 15 de agosto de 2025, a CAIXA Cultural São Paulo foi palco do ciclo de debates “Crônica de Uma Morte Anunciada: O Jornalismo Cultural Está Morrendo?”, evento que reuniu jornalistas, escritores e críticos para refletir sobre os rumos do jornalismo cultural diante das rápidas transformações do cenário midiático. A iniciativa, realizada pela LOGOS QUARTZ com apoio da Associação Portugal Brasil 200 anos, trouxe à tona questões centrais para o futuro da área, com curadoria e mediação do escritor e jornalista José-Manuel Diogo.
Durante quatro mesas de debate, os participantes discutiram temas como a crise da crítica especializada, a diversidade de vozes no jornalismo cultural, o impacto das plataformas digitais e o enfrentamento das fake news. Um dos pontos destacados foi a velocidade da circulação de informações na era digital, que dificulta o ineditismo e reforça a importância do nicho para fidelizar leitores. Afinal, quem se interessa por um tema específico tende a acompanhar críticos que dominam aquele assunto.
A monetização do jornalismo cultural foi apontada como um dos maiores desafios atuais. Giselle Vitória ressaltou que “a opinião do crítico, das pessoas qualificadas, é elaborada e necessária, um bom texto é fundamental para o leitor”, mas o grande obstáculo está em garantir sustentabilidade financeira para o setor. Além disso, o papel do jornalista cultural como curador foi amplamente debatido, destacando sua função de dar visibilidade a obras fora do mainstream e revelar “pérolas” ao público, algo que diferencia o profissional do influenciador digital.
Eliane Trindade, da Folha de S.Paulo, reforçou a necessidade de coragem e independência para exercer essa curadoria, lembrando que “jornalismo custa caro e o profissional precisa ser remunerado para isso”. Ela também enfatizou a importância de aprender com os influenciadores a dialogar com o público, sem perder a credibilidade, e de transformar essa voz em engajamento, adaptando a linguagem sem abrir mão da essência. Walter Porto, também da Folha, destacou o uso das redes sociais e recursos audiovisuais, como reels, para atrair novos leitores sem simplificar o conteúdo.
O evento evidenciou que a ideia de “morte anunciada” do jornalismo cultural tradicional se manifesta em dois planos. Por um lado, o modelo clássico, com redações robustas e crítica mediadora impressa, está em declínio diante do imediatismo algorítmico e do esvaziamento das redações. Por outro, como explicou José-Manuel Diogo, “dessa morte emerge algo novo, desafiante e até civilizatório: experiências digitais, coletivos independentes, podcasts, newsletters e novas linguagens que devolvem vitalidade à crítica cultural”. Assim, a “morte anunciada” é também o anúncio de uma metamorfose que promete renovar a forma de pensar e compartilhar cultura.
Além dos debates, o público participou de uma visita guiada na galeria da CAIXA Cultural com a fotojornalista Mônica Maia, que propôs novas leituras sobre imagem, jornalismo e cultura, ampliando a reflexão sobre o papel da mídia na sociedade contemporânea.
Este post foi elaborado com informações da assessoria de imprensa do evento, trazendo um panorama atual e essencial para quem acompanha o universo cultural e jornalístico.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA